Jornalista (UFC-CE) e licenciada em Letras (Uece), é doutoranda em Linguística (PPGLin-UFC), mestra em Estudos da Tradução (UFC-CE), especialista em Tradução (Uece) e em Comunicação e Marketing em Mídias Digitais (Estácio). No O POVO, já atuou como ombudsman, editora de Opinião, de Capa e de Economia, além de ter sido repórter de várias editorias. É revisora e tradutora.
Gritou a plenos pulmões ao dar o pontapé inicial para abrir com chave de ouro
O chamado "clichê" é considerado um vício de linguagem que, quando usado nas redações, serve apenas para preencher um espaço e não tem sentido significativo.
EXPRESSÕES COMO ESSAS NADA ACRESCENTAM ao texto. O chamado "clichê" é tão repetido sem necessidade que alcança a falta de originalidade. Em uma redação oficial ou outro texto avaliativo, é desnecessário. É considerado um vício de linguagem que, quando usado nas redações, serve apenas para preencher um espaço e não tem sentido significativo. Também é chamado de lugar-comum, chavão ou frase feita. Outros exemplos: foi a cereja do bolo, quebrar o protocolo, ir a todo vapor, pensar com meus botões, a vida é um sopro, luz no fim do túnel, de vento em popa, recarregar as baterias, começar com o pé direito, pensar fora da caixa.
Evite
NÃO SE USA nunca o clichê? Entendo que a utilização é interessante quando se pode fazer um trocadilho com a expressão - quando há espaço, claro, para isso. Mas não é indicado fazer esses trocadilhos nas redações oficiais, que exige uma linguagem mais formal.
REPERTÓRIO
ALGUNS DESSES CLICHÊS são usados nas redações tão somente para preencher um espaço, para ocupar linhas. Não é recomendável. Acrescente uma ideia sua, use seu repertório e pergunte-se se aquilo faz mesmo a diferença no seu texto.
MAIS EXEMPLOS
OUTROS EXEMPLOS de expressões consideradas clichês:
abraçar a causa
alegria contagiante
antes de mais nada
aparar as arestas
calorosa recepção
chutar o balde
da boca pra fora
dar nome aos bois
deixar a desejar
enfiar o pé na jaca
injeção de ânimo
jogado às traças
reta final
trocar figurinha
vestir a camisa
visivelmente emocionado
SALVA A DICA!
A ação é beneficente.
CHEGA O FIM DO ANO e vemos muitas ações de solidariedade. São chamadas de ações beneficentes, e não "beneficientes". Refere-se a algo para fazer caridade, para ajudar outras pessoas. Exemplos: "A empresa fará um bazar beneficente", "A igreja ofertará um jantar beneficente".
A árvore está cheia de pisca-piscas.
OUTRA EXPRESSÃO bastante usada neste período é o pisca-pisca, aquele conjunto de luzes para iluminar árvores de Natal e varandas das casas. Mas e se usarmos mais de um, como se faz o plural? Em geral, quando as palavras do substantivo composto se repetem (corre-corre, tico-tico, reco-reco), só o segundo elemento é flexionado (corre-corres, tico-ticos, reco-recos). Assim, seria pisca-piscas. Mas, neste caso, a gramática tem admitido o plural também das duas palavras: piscas-piscas.
Assisti a um concerto de Natal.
Conserto e concerto são palavras homófonas. Ou seja, têm a mesma pronúncia (som), porém têm grafias e sentidos diferentes. Conserto é reparação; concerto é espetáculo. Exemplos: "O ventilador está quebrado e precisa de conserto", "Vou à Praça do Ferreira ver um concerto de Natal".
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