
Danilo Fontenelle Sampaio é formado em Direito pela UFC, mestre em Direito pela mesma Universidade e doutor em Direito pela PUC/SP. É professor universitário, juiz federal da 11ª vara e escritor de livros jurídicos e infanto-juvenis
Danilo Fontenelle Sampaio é formado em Direito pela UFC, mestre em Direito pela mesma Universidade e doutor em Direito pela PUC/SP. É professor universitário, juiz federal da 11ª vara e escritor de livros jurídicos e infanto-juvenis
.
Nos últimos anos vivemos angústias que jamais poderíamos imaginar, com perda de amigos e parentes, além de distanciamento social angustiante.
Paradoxalmente a pandemia trouxe consigo lições valiosas em termos de higiene e prevenção de doenças, nos aproximando de hábitos já costumeiros em outras culturas.
Várias pessoas passaram a adotar o hábito de deixar os sapatos logo na entrada de casa, evitando a transferência de sujeiras para dentro.
O básico essencial de higienização das mãos foi intensamente reforçado, assim como aprendemos que usar máscaras em locais públicos quando estamos doentes.
Passamos a enxergar o ambiente ao nosso redor com novos olhos, entendendo a importância da limpeza e desinfecção para a nossa saúde.
No entanto, mesmo com tudo isso, parece que um grupo de pessoas decidiu fazer um "escape room" mental e simplesmente esquecer que a pandemia aconteceu. E o pior: alguns profissionais da área de saúde estão adotando práticas que mesmo antes já eram contraindicadas.
Moro perto de um dos melhores hospitais da cidade que está com obras na rua.
Bem à sua frente as calçadas estão servindo de dormitório e refeitório de guardadores de carro. Restos de quentinhas, máscaras usadas, areia, monturos de asfalto, papelões que servem de colchão e caçambas de entulho fazem parte do cenário.
Por incrível que pareça, é comum ver profissionais de saúde descerem de ônibus e irem caminhando com uniformes típicos de hospital e com os quais irão trabalhar, passando por isso tudo como se caminhassem em nuvens de algodão hidrófilo.
Deus queira que eu esteja enganado e que troquem de roupa e usem outras, limpas e adequadas, incluindo sapatos, mas, pelo enfado com que andam, não parece ser o caso.
Também já vi o contrário, ou seja, o mesmo pessoal, e até médicos, dando um rolê descolado com suas roupas de centro cirúrgico, com nome bordado e tudo, em padarias e comércios próximos. Nada como levar um pouco de hospitalidade para outros ambientes, além de germes e bactérias, não é mesmo?
O que é estranho e digno de registro é justamente esse paradoxo e inversão de hábitos recentes.
Pessoas comuns adotando cuidados que eram triviais ao pessoal da saúde.
E alguns desses abnegados da saúde agindo como se a pandemia tivesse sido esquecida, em uma generosidade literalmente contagiosa.
Ôpa! Tenho mais informações pra você. Acesse minha página e clique no sino para receber notificações.