Assassinatos na periferia de Fortaleza não comovem mais
Repórter especial e cronista do O POVO. Vencedor de mais de 40 prêmios de jornalismo, entre eles Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP), Embratel, Vladimir Herzog e seis prêmios Esso. É também autor de teatro e de literatura infantil, com mais de dez publicações.
Os assassinatos na periferia de Fortaleza e em outras cidades cearenses viraram trivialidades. Um "normal contemporâneo" sem horizonte para quem vive nas zonas onde os homicídios são "coisas" cotidianas. A morte do lutador e professor de artes marciais, Renan Lima, virou, infelizmente, um ato tão banal que não consegue mobilizar uma comoção coletiva. Não é capaz de engendrar, de verdade, um movimento por uma mudança radical nos lugares da Cidade onde se cunhou que as pessoas dali, ou quem chega por lá, correm mais risco de morrer de que na zona entre a Aldeota e os bairros com mais oferta de cidadania e justiça social. Renan foi morto a tiros na avenida Pompilho Gomes, em frente à comunidade Unidos Venceremos, no Grande Barroso. Ele não morava no bairro.
A morte desse jovem, Renan Lima, muda o que na política de Estado? Há "combate à criminalidade" e há algumas iniciativas no campo social. No entanto, está provado pelos números da própria SSPDS que não são suficientes. A conta não sai do vermelho. Até teve uma redução nos índice de assassinatos, mas é pouco e a pandemia da Covid-19 pode ser uma variável na estatística.
Numa das versões sobre as causas (sempre banais e torpes) do assassinato de Renan Lima, a história de que os dois criminosos - supostamente apelidados de Gêmeos - queriam ver quais tatuagens existiam no corpo do rapaz se seriam de um grupo inimigo.
Na pele de Renan Lima muitos desenhos. Nos dedos da mão esquerda a palavra "L I F E". No peito, o nome "Bianca" e a data "22.05.10". E muitos escritos e símbolos. Mais um jovem morto "bestamente". Levaram a moto dele e, depois, abandonaram. Renan é mais um na estatística.
Tragédia para a família de Renan
Para velar e enterrar Renan Lima, a academia onde o rapaz ensinava muay thai e kickboxing pediu doações. O lutador completava a renda como motorista de aplicativo. Era recém-casado, tem um filho e uma irmã de 9 anos.
Crítica injusta
Em nota pública, Mário Mamede (PT), ex-ministro de Direitos Humanos do governo Lula, pediu desculpas a Ilário Marques (PT). Mário escreveu que foi injusto ter dito, no O POVO, que Ilário não tem condição de conduzir uma secretaria de Direitos Humanos. O ex-prefeito de Quixadá assumiu a pasta, em Fortaleza, a convite do prefeito José Sarto (PDT).
Mário Mamede, no entanto, não retirou a crítica em relação a decisão de Ilário Marques ter aceitado o aceno de Sarto. O Diretório Municipal do PT decidiu ser oposição ao prefeito pedetista, político da cozinha dos Ferreira Gomes.
Ciro x Lula
O PT, desde que Camilo Santana (PT) foi ungido e eleito governador pelo clã dos Ferreira Gomes vive uma crise de identidade. A língua de Ciro Gomes (PDT) é ferina contra os petistas. Ainda mais, agora, com Lula nas cabeças para presidente para presidente da República. Ilário Marques aceitou as desculpas de Mário Mamede.
O povo daqui do Ceará insiste em derrubar árvores em áreas de proteção ambiental. Todo dia tem uma ou dezenas no chão. Ontem, o vereador Gabriel Aguiar (Psol) cobrou da Sema, da Seuma e de outros órgãos a interdição de uma "tratorada" no entorno da Lagoa da Maraponga.
Cadê a Seuma?
De acordo com Gabriel Aguiar, não há autorização para a "supressão vegetal" na Área de Proteção Ambiental da Lagoa Maraponga. Também não há alvará para construção de alvenaria na Área de Preservação Permanente. Haveria mais crimes, falta fiscalização.
Rio de plástico
Cientistas do Labomar/UFC estão pesquisado quanto de micro plástico existe no mangue do Cocó. Eles investigam o nível de poluição e quanto isso impacta na fauna do rio e da floresta no entorno.
Sobe
Ministério Público Federal que recomendou a cassação de títulos de honoris causa concedidos a ditadores brasileiros pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul.
Desce
A mancha de petróleo que voltou a degradar o mar e as praias do litoral cearense. É o mesmo pesadelo registrado em 2019. Pelo visto, a investigação sobre a tragédia do passado não impediu uma nova.
Horizontais
Em 2021, o número de agressões a jornalistas e a veículos de comunicação manteve-se nas alturas segundo Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj). Foram 430 casos, dois a mais que os 428 registrados em 2020. // O presidente Bolsonaro, segundo a Fenaj, foi o principal agressor com 147 ocorrências. São 129 episódios de "descredibilização" da imprensa e 18 de agressões verbais a jornalistas. // Segundo a Defensoria Pública do Ceará, pedidos de retificação de nome e gênero aumentaram 236% no ano passado em relação a 2020. Somente em 2021, foram 205 solicitações. Dessas, quatro para adolescente. //
Só lembrando: E aí, porque presidentes toscos como Vladimir Putin são tão armamentistas?
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