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Chorinho: Oito discos para conhecer esse patrimônio brasileiro
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Marcos Sampaio é jornalista e crítico de música. Colecionador de discos, biografias e outros livros falando sobre música e história. Autor da biografia de Fausto Nilo, lançado pela Coleção Terra Bárbara (Ed. Demócrito Rocha) e apresentador do Programa Vida&Arte, na Nova Brasil FM

Marcos Sampaio arte e cultura

Chorinho: Oito discos para conhecer esse patrimônio brasileiro

Apelidado de "jazz brasileiro", o chorinho é o espaço que abriga alguns dos mais reconhecidos instrumentistas do País. Recém-declarado Patrimônio Cultural Imaterial do Brasil, seguem alguns álbuns fundamentais para quem quer conhecer mais sobre o gênero que chora de alegria há mais de 100 anos
Tipo Opinião
Capa do disco 'Ademilde Fonseca', de 1975 (Foto: Divulgação)
Foto: Divulgação Capa do disco 'Ademilde Fonseca', de 1975

Ademilde Fonseca (1975)

Entronizada como a "Rainha do Chorinho", Ademilde Fonseca andava em baixa no mercado em 1975, quando lançou um disco que deu novo fôlego à sua trajetória iniciada mais de 30 anos antes. Com inéditas de Martinho da Vila e João Bosco, e a presença de músicos de altíssimo quilate, ela mistura clássicos do choro e algumas novidades. O resultado é mais um clássico numa carreira histórica.

Capa do disco 'Memórias Chorando', de 1976
Capa do disco 'Memórias Chorando', de 1976

Memórias Chorando (1976)

Em 1976, Paulinho da Viola lançou dois discos simultaneamente. "Memórias Cantando", um álbum inédito com composições próprias e de amigos, e "Memórias chorando", um apanhado de peças instrumentais dele e de outros mestres como Pixinguinha, Benedito Lacerda e Ary Barroso. No encarte, Paulinho descreve cada faixa com um texto carinhoso.

Capa do disco 'Café Brasil', de 1996
Capa do disco 'Café Brasil', de 1996

Café Brasil (2001)

Com 60 anos de atividade, o Época de Ouro lançou o projeto "Café Brasil" reunindo peças famosas do choro e um time imbatível de convidados. No volume 1, Marisa Monte se derrama em "Onde Andarás" enquanto Leila Pinheiro brilha em "Jamais". Em 2002, viria um segundo volume com a presença de Moraes Moreira, Elba Ramalho, Ney Matogrosso e Lobão (!), numa surpreendente versão de "Chorando no campo".

Capa do disco 'Elizeth Cardoso ao vivo no Teatro João Caetano', de 1968
Capa do disco 'Elizeth Cardoso ao vivo no Teatro João Caetano', de 1968

Ao vivo no Teatro João Caetano (1968)

Pouco antes de partir para uma turnê no exterior, Elizeth Cardoso protagonizou um espetáculo histórico ao lado do Zimbo Trio e do Época de Ouro, ainda com o fundador Jacob do Bandolim em ação. O show foi feito para arrecadar fundos para o Museu da Imagem e do Som do Rio de Janeiro, que andava em precária situação financeira. Com mais de 20 faixas, o show foi lançado em dois LPs à época, com momentos marcantes como "É luxo só", "Barracão" e "Chão de Estrelas". Com bossas, sambas e choros, o resultado é envolvente pela intimidade e despretensão dos envolvidos. Clássico!

Capa do box 'Beatles n'choro', de 1996
Capa do box 'Beatles n'choro', de 1996

Beatles'n choro (2002)

Enquanto preparava seu disco em italiano, Renato Russo teve outra ideia um tanto estranha: verter o repertório dos Beatles para o choro. O projeto foi realizado após a morte do vocalista da Legião Urbana e rendeu quatro discos. O resultado é curioso, simpático e envolve estrelas do instrumental brasileiro, como Carlos Malta, Rildo Hora, Quarteto Maogani. A produção é de Henrique Cazes, músico e pesquisador do choro.

Capa do disco 'Chorando Baixinho', de 1979
Capa do disco 'Chorando Baixinho', de 1979

Chorando Baixinho (1979)

Reconhecido como um dos pianistas mais respeitados do mundo erudito, Arthur Moreira Lima, voltando de uma temporada na Europa, revelou ao produtor Mário de Aratanha o sonho de tocar com a nata do choro: o saxofonista Abel Ferreira, o flautista Copinha, o trombonista Zé da Velha e o conjunto Época de Ouro. O sonho foi realizado em uma única noite, que foi registrada em um dos mais belos discos da MPB. Ouça "Sonoroso" e confirme".

Capa do disco 'Som Pixinguinha', de 1971
Capa do disco 'Som Pixinguinha', de 1971

Som Pixinguinha (1971)

Pixinguinha já foi considerado moderno demais, pouco nacionalista e metido a "americanizado". Ainda assim, falar de choro e não falar nele é pecado mortal. Esse álbum produzido por Hermínio Bello de Carvalho (que também faz um texto detalhando faixa a faixa) traz o compositor mostrando o seu melhor ao lado de bambas como o violonista cearense Zé Menezes.

Capa do disco 'Waldir Azevedo ao Vivo', de 1979
Capa do disco 'Waldir Azevedo ao Vivo', de 1979

Waldir Azevedo ao Vivo (1979)

"Pedacinhos do Céu", "Delicado" e a inesquecível "Brasileirinho" são só parte da obra de Waldir Azevedo. O cavaquinhista carioca é um dos mais respeitados músicos e compositores brasileiros. Seu último disco, lançado um ano antes de sua morte, é uma reunião de amigos e admiradores, como Paulinho da Viola, Ademilde Fonseca, Osmar Macedo, Paulo Moura e Rafael Rabello.

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