
Redatora de Capa e Farol do O POVO. Quadrinista e jornalista entusiasta de temas relacionados à saúde e bem-estar. Uma ex-sedentária em busca de se manter em movimento
Redatora de Capa e Farol do O POVO. Quadrinista e jornalista entusiasta de temas relacionados à saúde e bem-estar. Uma ex-sedentária em busca de se manter em movimento
Respire e observe. Foi isso que mais ouvi na minha primeira hora de prática de yoga na vida. Ah! E estalos. Ouvi muitos, em todas as juntas do meu corpo. 35+, né, sabe como é: uma fase da vida em que joelhos e lombar sem dores é como ganhar na loteria. Se você estiver fazendo as contas, eu fui adolescente nos anos 2000. É até impressionante que eu tenha passado incólume sem ter feito yoga até aqui. Mas a verdade é que eu tinha certo preconceito.
Não com a prática em si. Mas nunca achei que o yoga fosse para mim ou, mais especificamente, que minha mente muito inquieta fosse para o yoga. Fiz três práticas para experimentar as possibilidades do yoga e a verdade é que, enquanto meu corpo foi sendo guiado a posturas muito pouco costumeiras, transições rápidas e a luta para não cair de bunda no tapetinho, eu me desliguei. Ou melhor, eu me concentrei. O tal do “observe” que a professora falava, enquanto o barulhinho do mar da Praia de Iracema cadenciava cada movimento, era um olhar para si mesmo.
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A professora de yoga Tatiana Fortes, que me guiou na segunda prática, sob a sombra de árvores no parque Adahil Barreto, é categórica ao derrubar por terra minha ideia preconcebida: mentes inquietas são as que mais precisam de yoga. “A gente tem aquela falsa ideia de que yoga é só para quem é zen. Mas não existe quem seja só zen por natureza. Os inquietos pensam: 'Ah, é que eu sou muito ativa, esse negócio muito parado não é pra mim'. Mas se você só joga fogo onde já está em chamas, só vai aumentar. É preciso buscar um equilíbrio”, comenta.
Claro que ajuda também o fato de que as três práticas que fiz são de estilos de yoga mais dinâmicos. A prática milenar, com muitos nomes em sânscrito, tem correntes diferentes e foi sendo influenciada. E mesmo não sendo definida, como a Tati explica, como uma “atividade física”, o yoga é isso também e não se resume a uma única forma de se exercitar. Há vigor em algumas linhas e isso é determinado pela escolha da respiração, das posturas e do tempo em que se permanece em isometria, e das transições utilizadas em cada sessão.
O yoga que experenciei pediu do meu corpo tanto quanto da minha mente. Se fui pensando que era um mero alongamento, um descanso para os meus músculos cansados do Crossfit, não podia estar mais enganada. Com as pernas para o alto enquanto minhas mãos apoiavam a lombar, na chamada posição de vela, foram exigidos do meu corpo força, equilíbrio e uma consciência corporal que ainda engatinha.
Parte dos efeitos do yoga é sentir aquecer o corpo enquanto a meditação te movimenta. E claro que eu senti. Mas tudo foi apenas um aquecimento, com o perdão do trocadilho, para o hot yoga. Meu terceiro contato com os oms e namastês foi adentrando a sala climatizada do Vidya Studio. E aqui uma informação: eu sou alérgica a calor e juro que cogitei passar numa farmácia e deixar uma hipoglós de prontidão para as eventuais brotoejas. Spoiler: apesar de não ter passado tanto calor desde que cobri como repórter a carreata do acesso do Fortaleza à Série B, milagrosamente a pomada não foi necessária.
Já de cara, antes de nos guiar até o tapetinho numerado no espaço lotado com 30 alunos, me foram apresentadas as contraindicações: hipertensos, grávidas e pessoas com glaucomas são aconselhados a não fazer. Isso porque a temperatura do local e o vigor da prática aumentam a pressão arterial.
A sala a 40º C, banhada por uma luz laranja e impregnada do aroma pungente de capim cidreira, é o mais perto que vou chegar de saber como é ser um saquinho de chá. Suada antes mesmo da prática começar, eu, que faço minhas boas 3 horas de exercícios diários, me questionei se conseguiria finalizar a hora que estava por vir. As salas lotadas com vagas disputadas mostram que o tipo de yoga tem conquistado adeptos. E não é para menos: o corpo ensopado e o cansaço revigorante do fim justificam. E se isso importa de alguma forma: gastei em média 250 calorias por hora nas duas primeiras aulas, e 360 calorias na hot.
“É uma ótima aula para começar porque ela vai te ajudar no alongamento, você consegue ter as articulações mais soltas. Há também a questão da sensação física de energia mesmo, de você estar em meio a um ambiente que te estimula ao movimento”, elenca o professor Pedro Yanda, que orientou minha terceira experiência.
São inúmeros os benefícios que o yoga proporciona. Tati e Pedro são unânimes em pontuar que todos eles passam pelos ganhos para saúde mental: autoconhecimento, equilíbrio, um desacelerar e um olhar para si. “Muitas vezes a resistência que nós temos a começar uma atividade física e aprender a ter disciplina é mental. Então, se a gente faz uma prática que não envolve o mental, em algum ponto, nossa mente nos sabota e a gente acaba desistindo”, diz Pedro. Por isso, respire e observe: o yoga pode ser o seu ponto de partida?
Onde: rua Joaquim Nabuco, 705, Meireles - Fortaleza
Contatos: (85) 98633-4455 (contato somente por mensagem via WhatsApp) e no Instagram @vidyastudio
Contato: no Instagram @tatifortesyoga
Contato: no Instagram @yandapedro
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