Sommelier internacional, professor de Gastronomia, mestrando em turismo gastronômico
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Quando pensamos em mesas natalinas, é quase automático imaginar o clássico peru assado, chester e acompanhamentos fartos. Mas, no Brasil — e especialmente nas regiões com forte influência portuguesa — o bacalhau sempre ocupou um lugar especial nas celebrações de fim de ano. Ele carrega história, técnica, afeto e tradição.
A História Real do Bacalhau no Natal:
O costume de consumir bacalhau em datas festivas remonta à cultura portuguesa, onde o peixe salgado e seco era amplamente utilizado pela facilidade de conservação. Durante séculos, o bacalhau foi o protagonista das refeições nos períodos de jejum católico, onde não se consumia carne vermelha — incluindo a véspera de Natal. Com a imigração portuguesa, o hábito se espalhou pelo Brasil e permanece forte até hoje, sobretudo no Nordeste, Sudeste e comunidades lusitanas.
A Técnica do Bacalhau -
verdadeiro segredo:
O sucesso de qualquer receita com bacalhau depende de duas etapas-chave:
1. A escolha do tipo correto
Os mais tradicionais vêm da Noruega, Islândia e Canadá, sendo os mais comuns:
- Gadus morhua - o mais nobre, textura delicada e lascas grandes.
- Gadus macrocephalus - um pouco mais firme, muito usado em receitas assadas e gratinadas.
2. Dessalga perfeita
Nada de pressa — a técnica correta é simples, mas exige paciência:
- Cortar em postas grossas
- Colocar em água gelada na geladeira
- Trocar a água a cada 6-8 horas
- Dessalgar por 24 a 48 horas (dependendo da altura da posta)
Esse processo garante textura suave e sabor equilibrado, sem perder a riqueza do peixe.
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