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Editorial: Recuperação econômica pós-pandemia
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Editorial: Recuperação econômica pós-pandemia

Tipo Opinião

Estudo da Universidade Federal do Ceará (UFC) indica que a velocidade de registro de novas mortes por Covid-19 deve cair em Fortaleza, a partir do próximo mês. Segundo o prognóstico, em meados de julho, cerca de 90% dos óbitos devido à doença já terão acontecido. Com base em análises mostrando o cenário em aparente evolução positiva, o governador Camilo Santana começou um plano de abertura das atividades econômicas, iniciado em 1º de junho.

Esta semana, em complementação, apresentou o esboço de um projeto para estimular a economia, quando ocorrer a retomada completa dos negócios no Ceará. A ideia orientadora é "redefinir as diretrizes de investimento para trazer de volta o emprego e minimizar uma queda mais drástica do Produto Interno Bruto (PIB)". O secretário do Desenvolvimento Econômico e Trabalho, Maia Júnior, diz que a tarefa principal é "acompanhar a evolução" da reabertura gradual da economia. Para ele, é preciso "coesão de forças" para superar os impactos da pandemia. O plano contempla 23 medidas de apoio do governo à retomada empresarial, abrangendo todos os segmentos de negócios.

Porém, não se pode esquecer que a epidemia já se alastrou por todas as cidades do interior e, de modo geral, a situação ainda é crítica. Além disso, se existe um ensinamento deixado pela crise do coronavírus, é que se trata de uma doença imprevisível. Mesmo ocorrendo a estabilidade no número de casos de Covid-19, a experiência recomenda cuidado. Não é possível garantir, com segurança, se a circunstância permanecerá, com a chamada "estabilização da curva", se a situação vai melhorar com o decréscimo dos números (a melhor hipótese) - ou se, ao inverso alguma contingência os fará subir. As variáveis a considerar são muitas. Por isso, é preciso cautela e disposição em reavaliar as políticas de acordo com a realidade do dia a dia.

Registre-se como louvável a iniciativa governamental - pois o planejamento é essencial para o sucesso de qualquer administração - mas é preciso alertar que o ritmo da retomada deve estar em consonância com o desenrolar da crise sanitária. Um passo em falso seria ruim tanto para a saúde da população, quanto para os negócios, devido à destrutividade de uma possível "segunda onda" de contágios.

É preciso destacar ainda que os negócios não são o único setor abalado pela crise do novo coronavírus. As famílias mais vulneráveis também viram seus meios de sobrevivência atingidos duramente pela doença. Entende-se que a recuperação de uma empresa representa um benefício mais amplo, traduzindo-se em mais empregos, por exemplo. No entanto, também é preciso pensar medidas que favoreçam diretamente segmentos mais desprotegidos.

A retomada das atividades tem de se dar levando em conta a realidade cambiável do contágio, de forma a se minimizar os danos e colher todos os benefícios possíveis, em meio à situação aflitiva ocasionada pela pandemia da Covid-19. 

 

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