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Editorial: Hotéis reabrem sinalizando redução na pandemia
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Editorial: Hotéis reabrem sinalizando redução na pandemia

Tipo Opinião

O Ceará começa a reabrir seus hotéis, no rastro dos resultados mais encorajadores no combate à pandemia. Embora o setor não tenha sido impedido pelo governo estadual de funcionar durante a pandemia, muitos hotéis haviam suspendido, temporariamente, as atividades por falta de demanda. A reabertura de restaurantes e barracas de praia (até às 23 horas) e o retorno gradual dos voos aéreos encorajaram os hotéis. Mais de 30 grandes empreendimentos já confirmaram retorno das atividades até setembro, segundo a Associação Brasileira da Indústria dos Hotéis no Ceará (ABIH-CE). Sem perspectivas de grandes eventos para este ano, com valor médio de diárias no mesmo patamar de 2019, e protocolos sanitários, o setor mira no turismo doméstico para se reerguer.

De fato, a indústria turística é uma espécie de catalisadora do mercado em geral. O fato de ter sido o primeiro setor a ser atingido, de forma massiva e global, pela crise, logo no início da pandemia, seus efeitos se estenderam imediatamente. Afinal, anteriormente, se estimava que eram gastos mais de um trilhão de dólares em acomodações e viagens aéreas no mundo, anualmente. Com a suspensão de suas atividades, milhões de pequenos negócios, comunidades e famílias que dependiam do negócio também ficaram comprometidos.

Isso reforçou a compreensão de que cuidar prioritariamente do combate à epidemia, protegendo pessoas, dando-lhes segurança sanitária e salvando suas vidas, não é apenas uma questão de ética e de respeito à dignidade humana, mas algo fundamental para impedir o destroçamento da economia. No setor do turismo, então, que depende do sentimento de autossegurança das pessoas para que se disponham a viajar, praticar lazer e até realizar turismo de eventos - esse entendimento é vital. Assim, debelar a pandemia deve ser a prioridade das prioridades: a reativação da economia vem por acréscimo.

A inversão dessa lógica pelo Planalto não apenas deixará como saldo uma hecatombe de vidas perdidas, desnecessariamente, mas arrisca reduzir a economia brasileira a escombros, conforme preveem especialistas. Por entenderem a situação corretamente, o Governo do Ceará e o Consórcio Nordeste asseguram as condições para a retomada da economia. Ou seja, em termos locais e regional, a redução do número de casos de Covid-19 é um alento para o turismo e a economia como um todo.

Embora os meses de agosto e setembro próximos (período da alta temporada europeia) sejam prejudicados pela ausência do turista europeu (por conta, inclusive, das restrições de voos internacionais), a expectativa é que haja uma compensação com a volta inicial do turismo regional e nacional, este que usa carro, ônibus e voos de curtas distâncias. Resta torcer para que a razão prevaleça. 

 

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