Logo O POVO+
Números que apontam para estratégias
Foto de Editorial
clique para exibir bio do colunista

O que O POVO pensa sobre os principais assuntos da agenda pública

Editorial opinião

Números que apontam para estratégias

Tipo Opinião

Pesquisa realizada pelo Datafolha divulgada na última semana revelou que o governo do presidente Jair Bolsonaro atingiu os melhores índices de aprovação desde o início da gestão, há 20 meses. O levantamento apontou que 37% dos brasileiros avaliam seu desempenho como bom ou ótimo, cinco pontos percentuais acima do que foi observado em junho pelo mesmo instituto. Por outro lado, a rejeição - aqueles que consideram a gestão como ruim ou péssima - caiu significativos dez pontos (44% para 34%) nos últimos dois meses.

Esse intervalo de tempo coincide com alguns fatores que podem explicar as variações nos índices. Um deles foi a adoção de um discurso mais moderado por parte do presidente. Em atitude mais condizente com o cargo que ocupa, Bolsonaro freou as tensões que vinha frequentemente causando com governadores e os demais Poderes da República.

Embora o novo coronavírus siga resultando em cerca de mil mortes por dia em média no Brasil - país que completou ontem três meses sem um ministro efetivo da Saúde - foi a partir de junho que começou a chegar massivamente a milhões de brasileiros o auxílio emergencial de R$ 600. Um respiro para os que sofrem com os efeitos econômicos da pandemia.

Outro dado a ser considerado na pesquisa é o recorte por região. No Nordeste, onde tradicionalmente Bolsonaro não consegue bons índices, a rejeição caiu de 52% para 35% em dois meses. Ao passo que a aprovação subiu de 27% para 33% no mesmo período. Em agosto de 2019, a avaliação positiva do presidente na região era de 17%.

Pesquisas refletem o retrato do momento no qual são realizadas e dão margem a prognósticos que podem ou não se confirmar no futuro, a depender dos fatos e das ações dos atores políticos envolvidos. A própria continuidade ou redução do valor pago no auxílio emergencial pode ser um fator decisivo na opinião pública em relação ao desempenho do presidente.

No entanto, os números não servem apenas para apontar os rumos do governo. Cabe também aos opositores de Bolsonaro - partidos de centro e de esquerda - analisarem tais informações e as utilizarem como balizadoras de estratégias. O fortalecimento da popularidade do presidente faz crescer também a necessidade de uma união de forças como forma de fazer frente a ele nas eleições de 2022. 

 

Foto do Editorial

Ôpa! Tenho mais informações pra você. Acesse minha página e clique no sino para receber notificações.

O que você achou desse conteúdo?