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Volta aos estádios: a esperança das torcidas
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Volta aos estádios: a esperança das torcidas

Tipo Opinião

O retorno das torcidas aos estádios de futebol é cada vez mais acalentado entre os torcedores, à medida em que se manifesta uma queda acentuada na média de contaminação da Covid-19, no Brasil. Desde o registro do primeiro jogo - após a suspensão de qualquer partida quando da erupção da pandemia no Brasil - no embate entre Flamengo e Bangu, pelo Campeonato Carioca, em 20 de junho — considerada precoce, na ocasião, a pressão pela volta da torcida presencial nos estádios não cessou. Não é destoante que assim ocorra, pois o futebol, além da importância econômica adquirida ao longo do tempo, é um dos lastros mais fortes do universo psicológico do povo brasileiro, desde que foi incorporado à sua cultura, tornando-se um traço indescartável da identidade nacional.

Resgatar essa parte da alma nacional de forma plena é um empreendimento que vem se traduzindo, de forma paulatina através das competições estaduais e regionais que voltaram a ser disputadas em meados de julho, culminando em agosto com o início do principal certame de clubes do Brasil, a Série A do Campeonato Brasileiro. Esse passo a passo, entretanto, vem desacompanhado de um elemento fundamental: a presença viva das torcidas nos estádios, por conta da necessidade de se manter as barreiras contra o contágio. Será que essa tendência de estabilização na pandemia esboçada nos últimos números já seria suficiente para permitir um retorno paulatino e controlado do torcedor às arquibancadas? Será possível realizar jogos sob rígidos protocolos sanitários?

É inevitável que surjam projeções de clubes e federações para que o torcedor possa voltar a frequentar os estádios, ocupando porcentagens pré-determinadas de cada setor e respeitando as orientações de distanciamento entre pessoas. Se isso é possível, ou não, exigirá mais do que a simples constatação de que o prejuízo causado pela paralisação do futebol por quase quatro meses e a ausência das bilheterias afetam gravemente a sobrevivência das agremiações. A resposta exigirá fundamentação técnico-científica e conformidade legal requerida pela observância dos direitos e garantias fundamentais no que tange à saúde e à vida. Sem faltar, é claro, a mediação política, que é o instrumento encarregado de encontrar a saída possível a partir desses dois condicionamentos. Há quem ache que isso poderá ser alcançado até outubro.

A prerrogativa formal de autorizar a reabertura ou fechamento de estabelecimentos e atividades econômicas pertence aos governos estaduais, a partir dos parâmetros já expostos. Se os protocolos de segurança se mostrarem factíveis de serem respeitados nesse tipo de espaço coletivo, provavelmente uma solução será encontrada. Trata-se de um desafio posto, com maior ou menor ênfase, a cada setor da atividade humana por esta pandemia. Paciência, discernimento e esperança são os instrumentos para enfrentá-lo. 

 

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