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Ceará: o mais competitivo no Norte e Nordeste
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Ceará: o mais competitivo no Norte e Nordeste

Tipo Opinião

O Ceará acaba de alcançar o melhor resultado do Norte e Nordeste, dentre os dez estados da federação mais bem avaliados no Ranking de Competitividade dos Estados. Os dados foram divulgados pelo Centro de Liderança Pública (CLP) e correspondem aos números obtidos em 2019, tendo como base a capacidade competitiva da administração pública das unidades federativas a partir de 73 indicadores distribuídos em dez pilares temáticos. Nesse patamar, os cearenses avançaram em cinco dos dez pilares, com destaque para solidez fiscal, potencial de mercado, inovação, segurança pública e sustentabilidade social. Sobretudo, o Ceará ocupa a primeira posição em indicadores da educação e é o que tem a melhor capacidade de investimentos do País.

Quando se tem em conta a conjuntura de extremas dificuldades pelas quais passa o Brasil - vivenciadas já antes da deflagração da crise sanitária e econômica mundial - apresentar credenciais como essas faz vibrar, ainda com maior intensidade, as energias criativas e propositivas das forças envolvidas nesse esforço de superação. Pois, é assim que as coisas funcionam quando as dificuldades a superar exigem muito mais do que providências rotineiras. Ter lastros bem definidos incute confiança no investidor, neste momento em que tudo se liquefaz.

É certo que o Ceará poderia estar em situação ainda melhor se fatores que o puxam para baixo já tivessem sido superados no ritmo exigido pela cobrança histórica. Pois, a avaliação realizada pelo CLP não se restringe ao Poder Executivo, mas abarca também o Judiciário e o Legislativo, bem como informações que dizem respeito as cidades. E aí se constatam, sobretudo, problemas relacionados à baixa produtividade do Judiciário, que puxou a queda no quesito eficiência da máquina pública. Sua tradução é o déficit carcerário no Estado, dada a quantidade de pessoas presas sem condenação, o que coloca o Ceará em situação crítica, nesse item. Claro, persistem também problemas na segurança pública, como a quantidade de pessoas jovens que morrem, gerando a segunda pior média do País. Mas, houve algum progresso nessa área. O fato é que o Ceará não tirou nota zero em nenhuma das avaliações. E a questão da segurança pública está muito relacionada com a distorção social, estrutural, cujo enquadramento exige políticas públicas que escapam ao poder decisório do governo estadual.

Não há como negar que os dados do Ranking de Competitividade dos Estados colocam o Ceará na mira dos que buscam sinais de um futuro digno de aposta. Que o digam os pilares da educação e o da solidez fiscal. O rumo inspira confiança e isso é ouro na atual borrasca conjuntural. Algo digno de nota para um projeto que vem validando a opção por um modelo de desenvolvimento que tem se recusado a se render ao reducionismo econômico e parece não ter desistido de lutar pelo Estado de bem-estar social. 

 

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