O que O POVO pensa sobre os principais assuntos da agenda pública
O que O POVO pensa sobre os principais assuntos da agenda pública
A Confederação Nacional do Comércio de Bens Serviços e Turismo (CNC), no seu último levantamento, expôs a gravidade da situação do turismo em todo o Brasil. No que diz respeito especificamente ao Ceará, o setor se deparou com o fechamento de 1,1 mil estabelecimentos turísticos, entre março e agosto deste ano — isto é, desde que eclodiu a pandemia. Somadas as perdas no País inteiro, chega-se a quase 50 mil estabelecimentos ligados ao setor, fechados (precisamente, 49,9 mil), em apenas seis meses de pandemia. Um desastre.
Certo, ninguém escapou ao prejuízo: uns mais, outros menos. As maiores perdas ficaram com São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro. O Ceará aparece na 11ª colocação do ranking nacional. Era inevitável já que evitar aglomerações e locais fechados tornou-se uma norma obrigatória. Assim, houve encerramento de voos, produzindo a falta de circulação dos viajantes, o que deixou os hotéis a "ver navios", embora não fossem proibidos de funcionar. Sem gente circulando, o turismo desabou.
Para o Ceará, o impacto foi muito sentido, pois o Estado vinha apostando fortemente nessa alternativa econômica, vinculada às vertentes mais dinâmicas da economia contemporânea. Não consola o fato de saber que não se está só nesse malogro. O mundo inteiro viu-se atropelado pelas mesmas circunstâncias. Claro, o surto da Covid-19 no País afetou estabelecimentos de todos os portes, mas os que mais sofreram foram os micros (-29,2 mil) e pequenos (-19,1 mil) negócios. E as perdas mais significativas foram observadas nos serviços de alimentação fora do domicílio, como bares e restaurantes (-39,5 mil), hospedagem em hotéis, pousadas e similares (-5,4 mil) e transporte rodoviário (-1,7 mil).
Todos estão atentos à volta tímida do turismo, iniciada no Exterior. Tudo ainda é muito inseguro, pois a pandemia tem ameaçado voltar onde já se pensava estar domada. Aqui, no Ceará, o governo tem dado um tratamento responsável à questão. Através de decreto estadual, já foram liberados a funcionar segmentos como restaurantes (50% da capacidade), parques temáticos (30% da capacidade) e pequenos eventos. Também se avança na área de shows, festas e eventos sociais com até 200 pessoas, até que chegue a vez dos bares. Tudo bem medido e calculado para evitar eventuais retrocessos nos avanços obtidos sobre a pandemia.
O certo é que já se nota, no litoral cearense, o crescimento da taxa média de ocupação de hotéis e pousadas, entre 60% e 70%. É a confirmação da tendência de se fazer turismo local, até que se possa arriscar maiores voos. Ou seja, dar escapadas seguras para não muito longe é a opção que volta a irrigar os negócios do setor. É a vez da imaginação criativa. Com cautela e parcimônia se chegará lá.
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