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Editorial: A competitividade e as diferenças regionais
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Editorial: A competitividade e as diferenças regionais

Tipo Opinião

Depois das boas notícias sobre a melhoria da educação no Ceará - o Estado tem a melhor alfabetização do Brasil - agora é a vez de indicadores econômicos, sociais e administrativos mostrarem boa situação em relação ao Nordeste, com quatro cidades cearenses posicionadas entre as mais competitivas da região, segundo o Ranking de Competitividade dos Municípios, em sua primeira edição. Os destaques são Sobral (3º lugar) Fortaleza (4º), com o quarteto sendo completado por Crato (9º) e Quixeramobim (10º).

A pesquisa foi realizada pelo Centro de Liderança Pública, com apoio do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), em cidades brasileiras com mais de 80 mil habitantes. O estudo analisou 55 indicadores econômicos e sociais, como sustentabilidade fiscal, acesso e qualidade da saúde e da educação, inovação e dinamismo econômico, capacidade de incentivar a competição positiva e a atração de empresas, entre outros. Reportagem sobre o assunto foi publicada na edição de ontem (20/11/2020).

As cidades bem ranqueadas, localizadas em diferentes regiões do território cearense, e distintas quanto ao tamanho da população e da economia, são indicativos de que as boas práticas da administração pública independem das características particularidades de cada município.

Porém, existe uma questão que precisa ser bem observada nesse ranking, pois a classificação demonstra claramente a grande desigualdade entre as regiões do Brasil. As cinco cidades mais bem colocadas no cômputo geral estão na região Sul e Sudeste: Barueri (SP), São Caetano do Sul (SP), São Paulo (SP), Florianópolis (SC) e Curitiba (PR). A primeira cidade fora desse eixo é Palmas (TO), que aparece em 67º lugar. Além disso, dos 38 municípios analisados no Norte, nenhum aparece entre os 60 primeiros colocados.

O próprio estudo, em suas conclusões, ressalta que "o posicionamento médio insatisfatório para os municípios pertencentes ao Nordeste ressalta a necessidade de atuação da gestão pública, do setor privado e da população para a implementação de medidas que aprimorem a competitividade destes municípios no contexto nacional".

Portanto, o reconhecimento pela boa posição no ranking das cidades cearenses, comparadas ao Nordeste, tem de vir acompanhada de uma reflexão sobre a necessidade urgente de se reduzir a inaceitável diferenças entre as regiões brasileiras.

Não se trata de queixa, porém, um alerta, lembrando que o desenvolvimento do País somente será possível se essas diferenças forem mitigadas. É impossível pensar que qualquer nação possa desenvolver-se sem elevar todas as suas regiões a uma paridade que possa fazê-las concorrer no mesmo nível. A persistência da desigualdade não é uma injustiça apenas para os que a sofrem, porém, um mal para todo o País. n

 

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