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Editorial: Eleição de Sarto é vitória de Camilo e Roberto Cláudio
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Editorial: Eleição de Sarto é vitória de Camilo e Roberto Cláudio

Tipo Opinião

Escolhido pela maioria dos fortalezenses como novo prefeito da cidade de Fortaleza, o deputado estadual José Sarto (PDT) deve parte significativa de sua vitória nas urnas a dois nomes: Camilo Santana (PT) e Roberto Cláudio (PDT).

O governador, talvez seja dispensável dizer, empenhou-se pessoalmente na campanha do colega pedetista desde o momento inicial do segundo turno, a partir de 16 de novembro. Naquele dia, anunciou apoio incondicional a Sarto, contrastando-o com a candidatura de seu adversário direto na briga, Capitão Wagner (Pros), a quem associava a figura do presidente Jair Bolsonaro (sem partido).

Na etapa final, gravou programas para o Horário Eleitoral no rádio e na TV com Sarto e intensificou agenda pública com o prefeito. Também participou de transmissões ao vivo nessas duas semanas até a véspera do pleito. Fez, portanto, o que estava a seu alcance, dentro dos limites do seu papel institucional.

Ainda no primeiro turno, porém, Camilo já havia participado ativamente da disputa. Se não podia declarar-se integralmente a favor de um concorrente, visto que o PT tinha candidata e, por isso, a legislação o impedia, o petista concentrou energias na crítica a Wagner, atribuindo ao então postulante republicano o que considerava como liderança inequívoca do motim de policiais militares.

Nesses embates, não foram poucas as vezes em que o governador se posicionou nas redes sociais a respeito do assunto, atacando declarações do nome do Pros, que negava papel ascendente sobre aquela paralisação de janeiro deste ano.

Mas não foi apenas Camilo que teve proeminência nessa frente governista. Atual prefeito de Fortaleza, Roberto Cláudio fez da campanha de Sarto a sua própria, assumindo-a de fato quando o titular da chapa foi diagnosticado com Covid-19 e precisou ausentar-se das ruas por mais de 15 dias.

Sem a presença do candidato e num momento em que o PDT ainda figurava na 3ª colocação nas pesquisas de intenção de voto, atrás de Wagner e de Luizianne Lins (PT), foi RC quem capitaneou a candidatura "amarela". Se o prefeito tinha outro nome de sua predileção para postular o cargo de sucessor, ali não fez diferença - ao menos não em face de um projeto maior para o partido e o grupo político aos quais o gestor integra.

Juntos, Camilo e Roberto Cláudio protagonizaram a vitória de Sarto nas urnas. O trunfo da dupla, no entanto, deveu-se não a qualquer tipo de pressão dos governantes ou a expedientes da baixa política, como usualmente acontece no Brasil, mas estritamente à boa avaliação de que gozam.

Aferida reiteradamente no curso da corrida eleitoral, a popularidade de governador e prefeito, quase no mesmo patamar (beirando os 60% de ótimo/bom no caso de RC e acima disso, no de Camilo), foi o que pavimentou o sucesso de Sarto na conquista da preferência dos votantes.

Ao eleitor de Fortaleza, de humor imprevisível e capaz de reviravoltas eleitorais, interessou em 2020 sobretudo a continuidade do que simbolizam Camilo e RC. Esse foi decisivamente o fator que pesou a favor de Sarto. 

 

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