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Fortaleza tem o maior PIB do Nordeste
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Fortaleza tem o maior PIB do Nordeste

Tipo Opinião

Fortaleza desbancou Salvador (BA) e tornou-se a cidade do Nordeste que mais produz riquezas. Essa é a boa nova (para os cearenses) anunciada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), nesta quarta-feira, depois de analisar os dados do Produto Interno Bruto (PIB) de 2018. Ao produzir um PIB de R$ 67.024.088 bilhões, naquele ano, a capital cearense consolidou-se como o melhor resultado na Região, ocupando o nono lugar no ranking das capitais brasileiras, com 0,96% de participação na economia nacional. Ou seja, somente entre 2017 e 2018, o PIB fortalezense cresceu 8,8%, de R$ 61,592 bilhões, para R$ 67,024 bilhões - um resultado bem maior do que os obtidos pelas capitais baiana e pernambucana. Um feito e tanto, já que, em 2002, Fortaleza tinha o terceiro PIB do Nordeste.

O que possibilitou esse avanço? Os fatores são múltiplos, mas têm em comum o que pode ser chamado de opção desenvolvimentista, tomada por sucessivos governantes que se revezaram, no Estado e no Município, mesmo representando diferentes visões partidárias e que, criaram políticas públicas voltadas para uma perspectiva de desenvolvimento de longo prazo - segundo especialistas. Ao lado do empreendedorismo empresarial se destacaria o conjunto de estímulos, incentivos e investimentos públicos diretos realizados na economia. Mais recentemente, ações de desburocratização e o conjunto de iniciativas do programa Fortaleza Competitiva e, principalmente, o volume de investimentos públicos da Prefeitura e do Governo ao longo de anos. Tudo isso teria consolidado um perfil que agora ganha destaque inconfundível.

Esse norte direcional, desenvolvimentista, teve efeitos muito além de Fortaleza, basta ver que outras cidades do Estado ganharam, igualmente, destaque. Aí estão Maracanaú, que se tornou o 14º maior PIB, e Caucaia, o 29º. Da mesma forma, São Gonçalo do Amarante, graças ao complexo do Pecém, ficou entre os 100 maiores municípios em PIB per capita do País - quase o dobro do segundo maior no Ceará, o Eusébio.

Seja como for, o fato de o Nordeste ter optado, nas eleições presidenciais de 2018, por um modelo econômico sociodesenvolvimentista e inclusivo permitiu-lhe manter o dinamismo que fora marcante no período em que os governos da região se sentiam encorajados pelo Poder central a buscar um caminho onde Estado e empresariado atuassem em conjunto em prol das transformações estruturais que a região exigia, mediante a convicção de que o mercado entregue a si mesmo não poderia dar conta dessa tarefa estratégica, como defendia a visão ultraliberal (embora o naufrágio dessa experiência ultraortodoxa fosse flagrante em várias partes do planeta). Nesse aspecto, Fortaleza e o Ceará despontam como exemplos marcantes de uma opção calcada em premissas corretas, que vêm dando certo, em nível regional, como expressam os atuais números. 

 

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