Logo O POVO+
Coronavírus e o toque de recolher no Ceará
Foto de Editorial
clique para exibir bio do colunista

O que O POVO pensa sobre os principais assuntos da agenda pública

Editorial opinião

Coronavírus e o toque de recolher no Ceará

O Ceará vive, desde ontem, a dura realidade de um toque de recolher que vai das 22h às 5 horas, em todo o Estado, com, fechamento completo dos espaços públicos a partir das 17 horas, suspensão das aulas presenciais no ensino público e privado, a partir desta sexta-feira, trabalho remoto para o serviço público municipal e estadual, horário reduzido de atividades não essenciais e manutenção das barreiras sanitárias nos municípios cearenses, com controle do transporte intermunicipal.

Essas são algumas das medidas restritivas baixadas pelo Decreto nº 33.936 assinado pelo governador Camilo Santana (PT), após a reunião do Comitê Estadual de Enfrentamento ao Coronavírus, formado por representantes de 25 entidades locais.

Tudo se deve à nova escalada da pandemia, no Ceará, refletindo o que se passa, em grau maior ou menor, no Brasil inteiro, que replica por sua vez o quadro mundial.

Só que o País é o segundo mais devastado do planeta, já acumulando mais de 240 mil mortos, por absoluta incompetência do governo central, com consequências desastrosas que se avolumam sem cessar - segundo especialistas críticos.

Para os meios científicos, como bem afirmou o cientista Miguel Nicolélis, em artigo, ontem, neste jornal, será inevitável a decretação de um lockdown nacional e a instituição de uma Comissão Nacional de Combate ao Coronavírus, que atue de forma independente do Ministério da Saúde, para gerenciar todos os aspectos sanitários da crise da pandemia em nível nacional, antes que o Brasil vire uma grande Manaus (e não estaria longe).

O Ceará não poderia vacilar diante do novo agravamento da situação e a necessidade de proteger a vida de seu povo. Em apenas um mês quase triplicou o internamento de pacientes em UTIs e dobrou (1.026) a ocupação dos leitos de enfermarias. Sem isso, não daria tempo de evitar a perda de controle da situação - e aí seria o caos completo. Possibilidade aumentada pela própria irresponsabilidade de segmentos da população que insistem em se aglomerar e quebrar as regras de segurança sanitária.

O reflexo do decreto na atividade econômica é impactante, com mais possibilidade de desemprego e quebra de empresas. É preciso um poderoso movimento de pressão para que o Congresso aprove um novo auxílio emergencial que não seja apenas um simulacro (como parecem insistir o presidente Bolsonaro e seu ministro da Economia, Paulo Guedes). Além de uma ajuda efetiva (e não a "enrolação" anterior) aos pequenos e médios empreendedores. O último recurso, se o Congresso se omitir, é apelar para o Supremo Tribunal Federal (STF), garante da Constituição. Esta tem como fundamento os direitos humanos - e é disso que se trata. n

 

Foto do Editorial

Ôpa! Tenho mais informações pra você. Acesse minha página e clique no sino para receber notificações.

O que você achou desse conteúdo?