
O que O POVO pensa sobre os principais assuntos da agenda pública
O que O POVO pensa sobre os principais assuntos da agenda pública
Hoje é uma data especial para todos os cearenses, pois comemora-se o Dia de São José, padroeiro do Ceará, que também é o santo das chuvas. Segundo a tradição popular, o 19 de março é a data limite para que caia a chuva, indicando que, no ano, haverá um bom "inverno", sinônimo cearense para a quadra chuvosa.
São José, pelas suas características de equilíbrio e resiliência, tem mesmo muito a ver com os cearenses que o escolheram como padroeiro. Ele era um trabalhador devotado à família — marido da Virgem Maria, pai adotivo de Jesus —, e dedicado ao seu ofício, por isso seus títulos de São José Carpinteiro, São José Operário e Padroeiro das Famílias. É para ele que o sertanejo se acode quando olha para o céu à espera do "tempo bom" para molhar suas plantações, dar de beber aos animais, fazendo a alegria das gentes.
Reportagem publicada na edição de ontem, assinada pela repórter Lais Oliveira, procurou entender como como se construíram historicamente as "percepções do cearense com a água" para isso ela ouviu alguns "profetas da chuvas" que, diferentemente do que muitos pensam, não são "adivinhos", porém, observadores atentos dos sinais da natureza, das plantas e dos animais. E, a partir desse comportamento, podem identificar se o tempo está ou não propenso às chuvas.
Para a professora de História da Universidade Federal do Ceará (UFC), Kênia Rios, o cearense tem uma relação sagrada com a chuva, assim "a sua celebração é uma certeza de melhores dias", pois o sertanejo não pode depender de políticas públicas, escassas até agora, na visão dela.
Segundo prognóstico da Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme), o Ceará tem 50% de chance de chuvas abaixo da média histórica nos meses de fevereiro, março e abril. A perspectiva de chuva dentro da média, fica em 40%, com 10% de possibilidade de ficarem acima da média histórica.
Um dos profetas da chuva ouvidos na reportagem citada acima, Erasmo Barreira, 73 anos, observa o movimento das formigas e das flores nas árvores, ao tempo em que comenta sobre a necessidade de um bom inverno: "A chuva é a coisa mais necessária do mundo; eu acredito muito que tendo água, tem saúde", diz, de forma simples, uma verdade incontestável, prevendo boas precipitações para este ano: "Tô empolgado que vamos ter muita chuva". Mas faz a ressalva: "Sou um ser humano; quando Deus quer e a natureza manda, a coisa dá certo".
Nesses tempos difíceis é um belo gesto socorrer-se no divino, em São José, pedindo a ele para que faça prevalecer os 10% de possibilidade de chuvas abundantes, conforme prognóstico da Funceme, ou pelo menos dentro da média histórica. O importante é que tenhamos chuva em abundância, pois as águas limpam a alma e trazem esperança e alegria, o que todos nós estamos precisando para superar as terríveis tribulações pelas quais atravessa o Brasil. n
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