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Estados avançam na vacinação
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Editorial opinião

Estados avançam na vacinação

Instalou-se uma interessante disputa entre alguns governadores, essa de interesse da sociedade, para ver quem vacina mais rapidamente a população de seus respectivos estados contra a Covid-19. É o caso, por exemplo, de Flávio Dino (PCdoB), do Maranhão, e João Doria (PSDB), de São Paulo, que trocam "provocações" bem humoradas no Twitter. Dino chegou a promover um "arraial da vacinação" e Doria divulgou plano para imunizar todos os paulistas acima de 18 anos até 15 de setembro. Ou seja, é uma "politização do bem".

Segundo levantamento do portal de notícias Poder360, pelo menos 15 estados da federação pretendem vacinar todos os adultos em suas populações até o mês de outubro. Entre eles, o Ceará, que seria o primeiro a alcançar essa meta, aplicando a primeira dose em todos os seus habitantes com idade entre 18 e 59 anos até o dia 25 de agosto.

É louvável o esforço dos governadores para vacinar o maior número de pessoas possível ainda este ano. Principalmente porque quanto mais rapidamente se anda com a imunização, mais vidas são salvas, e também pela necessidade de propiciar um ambiente em que as atividades possam voltar ao normal, depois de mais de um ano de medidas restritivas.

No entanto, o planejamento baseia-se em algumas premissas que fogem da governabilidade dos chefes de Executivo estaduais, como a disponibilidade de vacinas, por exemplo, cuja entrega pelos laboratórios pode atrasar, como já aconteceu. Por isso, é preciso manter um otimismo prudente quanto a essa possibilidade, de modo que se continue incentivando as pessoas a se vacinarem, mas sem frustrá-las com prazos que poderão revelar-se de difícil cumprimento.

Outro dado positivo é que mesmo as autoridades resistentes à vacina, como é o caso do próprio presidente da República, Jair Bolsonaro, estão tomando consciência de que a imunização é o principal instrumento de enfrentamento à Covid-19. O presidente, depois de ter rejeitado dezenas de contatos com a Pfizer, tomou a iniciativa de telefonar para o laboratório pedindo que o calendário de entrega das doses seja antecipado.

A nova postura também é resultado da ampla aceitação da vacina entre os brasileiros. Pesquisa do instituto Datafolha, realizada em maio, mostra que 91% da população brasileira declara que pretende vacinar-se contra a Covid. O empenho dos aliados do governo federal agora é insistir na tese de que nunca houve resistência para a compra de imunizantes, quando a realidade mostra que a vacinação no Brasil poderia ter começado em dezembro do ano passado se a negociação com a Pfizer houvesse transcorrido com mais celeridade.

Mas o importante é que, finalmente, parece haver consenso de que a única possibilidade de o Brasil controlar essa terrível doença é com a imunização em massa. Essa deve ser, portanto, a principal preocupação de todas as autoridades públicas brasileiras. n

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