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O bom exemplo do governador do RS
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Editorial opinião

O bom exemplo do governador do RS

"Eu tenho um sonho que um dia meus filhos vivam em uma nação onde não sejam julgados pela cor de sua pele, mas pelo seu caráter." (Martin Luther King, em histórica manifestação em Washington, EUA, pelos direitos civis, 28/8/1963.)

Essas palavras de Martin Luther King podem tranquilamente ser aplicadas quando se observam os preconceitos a que são submetidas as pessoas com orientação sexual diversa dos padrões heteronormativos, e também a qualquer outro tipo de discriminação.

Por isso é importante quando pessoas de destaque em suas áreas, como artistas, políticos, empresários e atletas, manifestam-se abertamente quanto à sua sexualidade, de modo a servir de exemplo para mostrar que não há nada errado em ser lésbica, gay, bissexual, transsexual, queer, intersexo ou assexual, o arco-írias que forma a sigla LGBTQIA

Como fez, por exemplo, Fabiano Contarato (Rede-ES), ex-delegado da Polícia Civil, o primeiro senador da República declaradamente homossexual. Na campanha ao senado de 2018 ele derrotou o político e pastor ultraconservador, Magno Malta, que é contra o casamento homoafetivo. Contarato é casado, tem um filho, e está se destacando na CPI da Pandemia pelas suas posições assertivas ao interpelar as testemunhas.

E, agora, o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), também revelou sua orientação sexual: "Eu sou gay. E sou um governador gay, e não um gay governador, tanto quanto Obama nos Estados Unidos não foi um negro presidente, foi um presidente negro. E tenho orgulho disso", disse ele na entrevista ao programa Conversa com Bial, da TV Globo, na quinta-feira. Com 36 anos de idade, pré-candidato a presidente da República, Leite é o governador mais jovem do País.

Independentemente de qualquer outra consideração, o gesto de Eduardo Leite manda uma poderosa mensagem contra a discriminação. Especialmente no momento em que o Brasil vive uma fase em que há uma batalha ruidosa dos ultraconservadores visando vilipendiar qualquer prática que, na visão deles, colida com a "moral e os bons costumes". Além disso, o presidente da República, Jair Bolsonaro, contribui para um clima persecutório, demonstrando um estranho prazer em ofender repetidamente os homossexuais.

Ontem à tarde, a governadora do Rio Grande do Norte, Fátima Bezerra (PT), escreveu em seu Twitter que na sua vida "pública ou privada nunca existiram armários", referência à sua reconhecida condição de mulher lésbica, e continuou: "Sempre demarquei minhas posições através da minha atuação política, sem jamais me omitir na luta contra o machismo, o racismo, a LGBTfoi e qualquer outro tipo de opressão e de violência".

Assim, seria importante que mais pessoas de destaque seguissem o exemplo desses três importantes políticos, de forma a mostrar que a diversidade não é crime, nem pecado. Pelo contrário, é justamente nas diferenças que está a beleza da humanidade, e onde o seu espírito se manifesta. n

 

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