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José Avelino: uma solução urgente para a feira informal
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Editorial opinião

José Avelino: uma solução urgente para a feira informal

O imbróglio sobre o funcionamento da feira popular da rua José Avelino, no Centro de Fortaleza, registrou mais um triste fato nessa história acerca do comércio ambulante informal. A partir do confronto na madrugada de quarta-feira, com tiros de borracha, um permissionário morreu, o que é extremamente lamentável.

Por meio das imagens amplamente divulgadas pela imprensa e outros meios das redes sociais, percebe-se o confronto agressivo, com guardas municipais avançando contra comerciantes, que, por reação, atiram objetos e colocam gradis para bloquear as ruas. Repudia-se o episódio trágico ao mesmo tempo em que se cobra apuração rigorosa quanto aos excessos que causaram morte e ferimentos. O que houve no local foi muito grave e requer investigação cuidadosa e ágil.

A questão do comércio ambulante informal e toda sorte de desordem que ele provoca é um problema que perpassa gestões municipais. São várias as tentativas da Prefeitura de fazer cumprir a determinação quanto ao não funcionamento da feira, que, em condições de precariedade, contribui para a desordenação do espaço público, para a obstrução do passeio e, principalmente, para a sonegação fiscal, visto que atua na informalidade. Além disso, destaca-se o drama social de muitas famílias que dali vivem.

É indiscutível o potencial econômico da referida feira, que reúne milhares de comerciantes e atrai compradores de várias regiões da Cidade, de outros municípios cearenses e de outros estados. É conhecida por vender peças de vestuário, desde a década de 1990, a um preço baixo. Isso certamente não agrada aos comerciantes formais da região, que atribuem à feira muitos casos de falência dos negócios do entorno.

Visível também é a capilaridade do negócio, que apresenta diversidade e contribui para a renda de milhares de famílias. Não há dúvidas de que é uma cadeia produtiva que abastece o circuito econômico no ramo do vestuário. A organização informal em que está, porém, é algo que precisa mudar urgentemente.

O impasse entre comerciantes e Prefeitura surge quando se fala na remoção da feira para um local mais adequado quanto à estrutura e quanto à segurança de todos que trabalham e frequentam o espaço.

Defende-se que a ordenação da feira seja feita com a garantia de uma alternativa viável, planejada e responsável, sem truculência e com respeito irrestrito. O diálogo deve ser constante a fim de encontrar uma solução harmônica para comerciantes, gestão e espaço público. A criação de um comitê, pela Prefeitura, para estabelecer comunicação com os comerciantes é louvável, mas precisa ser acompanhada de ações rápidas e práticas.

Por ora, é necessário que as autoridades ajam com rigor diante do confronto condenável que resultou em mais confusão e morte. Essas ações, entretanto, não devem ser pontuais, mas parte de um conjunto de iniciativas que promovam a manutenção do trabalho e o ordenamento público. n

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