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O aumento na recusa ao teste do bafômetro
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Editorial opinião

O aumento na recusa ao teste do bafômetro

Um comportamento dos motoristas, no momento em que a população dá sinais de um começo de retomada das atividades de lazer e econômicas, vem preocupando as autoridades de trânsito: o aumento do número de condutores que se recusa a fazer o teste do bafômetro, utilizado para verificar o índice de alcoolemia no sangue.

Segundo a AMC (Autarquia Municipal de Trânsito e Cidadania), a recusa em assoprar o bafômetro aumentou cinco vezes, comparando-se 2019 com este ano. Neste 2021, a cada mil abordagens, até setembro, 49 motoristas avocaram o direito de não fazer o teste; em 2019, no mesmo período, apenas 10 pessoas se recusaram. Para Wellington Cartaxo, gerente de fiscalização da AMC, invocar o direito de não fazer o teste é um indicativo de que o motorista pode estar alcoolizado.

Chega a ser contraditório que, no momento em que há o temor de contaminação com o coronavírus, as pessoas resolvam aumentar os riscos à própria vida e a de terceiros, dirigindo alcoolizadas. Mas, para Cartaxo, como a população está "voltando para a vida noturna", haverá um "período de adaptação", depois do afrouxamento das regras de isolamento social, até que os condutores retomem a consciência do perigo de beber e dirigir.

Por isso, ele diz que haverá reforço da fiscalização, "para que as pessoas possam ter consciência que os momentos são diferentes, mas os cuidados no trânsito são os mesmos". É importante lembrar que cerca de 20% das vítimas de trânsito internados no Instituto Dr. José Frota (IJF) declararam ter consumido álcool antes do ocorrido.

Entretanto, independentemente da situação aqui exposta, a situação do trânsito no Ceará e no Brasil sempre foi alarmante. O Ceará está em quarto lugar entre os estados nos quais há mais mortes no trânsito (2019), índice que leva em conta as indenizações pagas pelo DPVAT (seguro obrigatório para veículos). Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) mostram que o Brasil está na quarta posição no ranking mundial de mortes por acidentes no trânsito.

Assim, louve-se a iniciativa da AMC, que vai intensificar as blitze para "lembrar" aos motoristas que beber e dirigir é proibido por uma lei que visa proteger vidas, inclusive de quem dirige. O carro é um cômodo veículo de transporte, porém, pode tornar-se arma mortal nas mãos de quem não sabe usá-lo, principalmente quando se dirige alcoolizado.

Se esse apelo não convence alguns, convém citar que a multa para quem dirige embriagado é bastante severa, no valor de R$ 2.934,70, com suspensão da carteira de habilitação por 12 meses; quem se recusa a fazer o teste do bafômetro ou outro procedimento que possibilite verificar a presença de álcool ou outra substância psicoativa no organismo, também incorre em infração gravíssima, estando sujeito às mesmas penas de quem é flagrado alcoolizado.

Mas, o melhor é mesmo seguir o conselho de Wellington Cartaxo, tomando consciência de que não é compatível misturar álcool e direção. n

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