O que O POVO pensa sobre os principais assuntos da agenda pública
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Em um futuro próximo, que já começou, as fábricas, cujas chaminés eram sinônimo de progresso, serão peças de museu, em um mundo que já experimenta a Quarta Revolução Industrial. Esta envolve as tecnologias mais avançadas, como inteligência artificial e robótica, o que vai impactar as formas de produção existentes e propiciar novos tipos de empreendimentos: alguns já consolidados, outros despontando, muitos ainda difíceis de aquilatar como serão.
Os países que ficarem para trás nessa corrida estarão condenados ao atraso, pois inovação e criatividade são ativos de difícil recuperação por quem perde a oportunidade de incentivá-los tempestivamente. A China, por exemplo, de um país rural, tornou-se uma potência econômica mundial em quatro décadas, por investir pesadamente na exploração de novas ideias, em consonância com as exigências da contemporaneidade.
E a chave dessa indústria, denominada de 4.0, é a tecnologia 5G, a quinta geração da internet móvel, que permite maior alcance e velocidade interconexão de equipamentos e objetos de uso do dia a dia, à rede mundial de computadores, possibilitando o desenvolvimento da chamada "internet das coisas".
É nesse contexto que se torna ainda mais interessante a história de José Roberto Nogueira, fundador e CEO da Brisanet, entrevistado na edição de ontem neste jornal pelo repórter Armando Vieira Lima. A empresa, com sede em Pereiro, sertão central do Ceará, cidade de origem de Nogueira, tornou-se destaque no setor das telecomunicações por escolher o interior do Nordeste como região prioritária para seus negócios. Ele apostou nas pequenas cidades, desprezadas pelas grandes operadoras, criando um negócio de ponta. Agora, o objetivo é iniciar uma nova fase de crescimento, com a participação do leilão 5G, continuando a trabalhar o Nordeste como centro de suas atividades.
Ele destaca o "grande avanço" que foi a implementação do "anel óptico" no interior do Ceará, quando as redes de fibra eram praticamente inexistentes (trata-se do Cinturão Digital, instalado em 2010, no governo de Cid Gomes). Para Nogueira, isso estimulou os provedores regionais, principalmente, no Nordeste, a também ampliarem as suas redes
Hoje o Ceará tem conectividade de cabos de fibra óptica em mais de 70% do território, sendo no interior acima de 85%, enquanto a média nacional é de 52%. Nogueira atribui esse desempenho ao Cinturão Digital e também à Brisanet, com seus 20 mil quilômetros de backbone.
É desse local privilegiado de observação que Nogueira afirma que "olhando para daqui a quatro ou cinco anos, o Nordeste, liderado pelo Ceará, vai ter a maior e mais moderna capilaridade de infraestrutura de telecom do mundo".
Não é pouca coisa, porém, não é de se duvidar, tendo em vista o desempenho da Brisanet em seus pouco mais de 20 anos de atividade, aliada à criatividade cearense. n
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