O que O POVO pensa sobre os principais assuntos da agenda pública
O que O POVO pensa sobre os principais assuntos da agenda pública
A tradicional Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP) está organizando a divulgação de uma "Carta aos brasileiros e brasileiras" para o dia 11 de agosto, convidando para o ato entidades e representantes da sociedade civil. A manifestação tem o objetivo de defender o Estado Democrático de Direito, reunindo milhares de assinaturas no documento, que já conta com centenas de aderentes.
Segundo adiantou o jornal O Estado de S.Paulo, o texto, que será disponibilizado publicamente hoje, pedirá uma "vigília cívica contra as tentativas de ruptura", repudiando retrocessos na democracia e defendendo o respeito ao resultado das eleições. Essa é mais uma investida que diversos setores da sociedade civil, e até governos de outros países, vêm organizando para confrontar os ataques que o presidente da República, Jair Bolsonaro, faz constantemente contra as instituições e a democracia.
Depois do encontro de Bolsonaro com embaixadores estrangeiros, no qual ele voltou a atacar o sistema de votação em urnas eletrônicas — com afrontas diretas a ministros do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) —, intensificaram-se as reações da sociedade civil, e até de governos de outras nações, contra suas atitudes atentatórias à democracia.
Representantes oficiais dos Estados Unidos e do Reino Unido, dois dos países mais influentes do mundo, tanto em termos políticos quanto econômicos, saíram em defesa do sistema eleitoral brasileiro. As duas embaixadas, a americana e a britânica, classificaram o sistema de votação em urnas eletrônicas como "exemplo para o mundo", manifestando crença na vitalidade das instituições brasileiras.
Até mesmo segmentos mais prudentes quanto à intervenção direta na política, como os setores empresariais, iniciaram uma reação à escalada presidencial, que vem insistindo na mentira de que uma fraude está em andamento para prejudicá-lo eleitoralmente. A Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) emitiu um documento, a ser entregue aos presidenciáveis, com propostas para serem implementadas pelo próximo governo. No mesmo texto, a entidade aproveitou para alertar que o País precisa de estabilidade e segurança jurídica, e que isso somente será possível se houver "compromisso com a democracia, o Estado de Direito e a solidariedade social", que são "condições indispensáveis para o Brasil superar os seus principais desafios". A carta ressoa como recado direto a Bolsonaro, pois somente ele, entre os principais candidatos, sustenta um discurso de ataque às instituições.
Essa percepção, de que é preciso defender os valores democráticos, vem se disseminando entre os brasileiros. Não se trata mais de uma disputa entre direita e esquerda ou embate entre liberais e conservadores. Em um momento como este, é preciso que todos os democratas se unam em defesa das instituições e de um Estado de Direito, sem o qual a sociedade estará condenada à opressão. n
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