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Cartas mostram unidade em defesa da democracia
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Editorial opinião

Cartas mostram unidade em defesa da democracia

Torna-se cada vez mais marcante a atuação da sociedade civil em defesa dos princípios democráticos nos quais o País assenta-se desde 1985, quando um grande movimento conseguiu derrotar a ditadura militar que havia se instalado no Brasil em 1964. Para levar a cabo tarefa de tal magnitude foi preciso reunir diferentes segmentos da sociedade, das mais diversas correntes ideológicas e filosóficas, porém todos comprometidos de maneira inarredável com a democracia.

Se naquela época lutava-se para pôr fim a um regime autoritário, o objetivo agora é afastar qualquer possibilidade de a liberdade vir a ser novamente sequestrada dos brasileiros. Não faz diferença se a ameaça é de um regime abertamente de força, ou em um sistema classificado por cientistas políticos como "iliberal", quando se tem um líder eleito pelo voto, mas que dirige as suas ações para demolir as instituições e a democracia. Normalmente esses regimes consolidam-se a partir de um segundo mandato, quando ganham mais força para impor-se frente aos limites constitucionais, destruindo o sistema de freios e contrapesos, próprio da democracia.

Duas poderosas iniciativas, no sentido de afastar qualquer ataque às liberdade democráticas, estão em andamento: a Carta em Defesa da Democracia e da Justiça, assinada pela Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp), que conta com uma centena de adesões de importantes associações empresariais urbanas e do agronegócio, como a Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove), Federação Brasileira de Bancos (Febraban), Fecomércio (SP), Câmara Americana de Comércio; dezenas de sindicatos de empresários e de trabalhadores; universidades e organizações não governamentais (ONGs).

O outro documento, cujo título define seu conteúdo, é a Carta aos Brasileiros e Brasileiras em Defesa do Estado Democrático de Direito, preparada por ex-alunos da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP), contando, até agora, com mais de 750 mil adesões. A carta será lida durante manifestação no dia 11 de agosto, data da criação dos primeiros cursos jurídicos no Brasil.

Entre os que a subscreveram encontra-se expressiva parcela de representantes do PIB brasileiro, nomes como o de Blairo Maggi, um dos mais importantes nomes do agronegócio no Brasil, e Pedro Moreira Salles, presidente do Itaú Unibanco, além de outros milhares de pessoas que demonstram disposição em defender ativamente a democracia.

Nenhum dos comunicados cita o nome do presidente Jair Bolsonaro, mas é ele o "sujeito oculto" nas entrelinhas dos textos, pois lidera o ataques às instituições, especialmente ao Supremo Tribunal Federal (STF) e o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), na sua tentativa insana de desacreditar o processo eleitoral.

Assim, os democratas brasileiros estão avisando, em um momento de especial unidade, que vão reagir a qualquer aventura golpista. E o alerta é dirigido ao ocupante do Palácio do Planalto, ainda que o endereço da sede do Executivo não esteja sobreposto nos envelopes das cartas. n

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