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O começo preocupante da campanha
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Editorial opinião

O começo preocupante da campanha

A campanha eleitoral de 2022 começa nesta terça-feira sob expectativa geral de que a temperatura política do País, já estabelecida num patamar alto pelo que aconteceu de preocupante nas etapas prévias cumpridas até agora, experimentará um quadro que vai exigir ainda mais atenção e cuidados
Tipo Opinião

A fase mais importante e decisiva da campanha eleitoral de 2022 começa nesta terça-feira sob expectativa geral de que a temperatura política do País, já estabelecida num patamar alto pelo que aconteceu de preocupante nas etapas prévias cumpridas até agora, experimentará um quadro que vai exigir ainda mais atenção e cuidados. Das autoridades, em primeiro lugar, mas é igualmente importante que o cidadão busque fazer sua parte como contribuição para um cenário de fato democrático, em que os lados envolvidos nas disputas possam se manifestar sem riscos de uma resposta na forma da violência ou da intolerância. Infelizmente, uma possibilidade que está posta de maneira muito real e objetiva.

O País assistiu, recentemente, um brasileiro ser morto pelo simples fato de ter escolhido como tema de seu aniversário de 50 anos o político no qual, se vivo, pretendia votar como candidato à presidência da República. Sem atividades provocativas, naquilo que se sabe, sem gestos ofensivos aos adversários ou coisa que valha, embora a iniciativa tenha sido suficiente para gerar incômodo em simpatizante de um outro candidato que foi até o local onde o evento acontecia, sem ser convidado, gerou uma tensa discussão inicial e, um tempo depois, voltou ao local onde já chegou atirando num episódio assustador que deixou como saldo final um assassinado (o aniversariante) e outro seriamente ferido (o agressor). Uma tragédia, nascida na política, que não se encontra maneira para justificar.

A campanha, a partir de agora, ganha as ruas de maneira oficial. É importante que este evento dramático e evitável de momentos anteriores deste ano complicado esteja na mente de candidatos e de seus simpatizantes, até como forma de honrar a memória de Marcelo Arruda, cuja vida foi estupidamente interrompida pelo simples fato de ter uma preferência e de gostar de anunciá-la. Aceite-se a tensão como parte do processo eleitoral, assim sempre foi, desde que os protagonistas e suas militâncias estabeleçam um limite de respeito ao contrário que se encontra definido com clareza suficiente pelas regras de uma convivência social, mais do que por razões de natureza política.

Há um contexto local também preocupante, muito embora sem que se vislumbre na disputa pelo governo do Ceará um quadro de extremismo equiparável ao nacional. É esperar, apenas, que os envolvidos saibam respeitar o interesse real da população de ver nossos problemas e potencialidades identificadas e discutidas de maneira profunda, ajudando na decisão a ser tomada, inclusive, na escolha dos merecedores das vagas disponíveis para Assembleia Legislativa, Câmara Federal e Senado da República.

As autoridades dispõem de instrumentos para coibir excessos e até crimes praticados em nome da disputa pelo voto do eleitor, parecendo importante que se disponham a utilizá-los sempre que necessário. A violência e a intolerância precisam ser combatidas com o máximo de eficiência para deixar o eleitor livre para fazer, no dia 2 de outubro, a escolha determinada por sua consciência a partir de uma compreensão do pensamento exposto pelos candidatos sobre grandes temas e considerando, ainda, o que ficou marcado nas defesas de seus programas de governo. Assim é como acontece numa democracia que faça jus ao nome.

 

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