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A segurança das urnas eletrônicas
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Editorial opinião

A segurança das urnas eletrônicas

O moderno sistema brasileiro de votação, que encanta o mundo, dentre outros aspectos, pela velocidade que garante ao processo de apuração, está passando nesta eleição de 2022 por um teste sem precedentes. Afinal, tem partido da principal autoridade política do País, o presidente da República que está candidato à permanência no cargo, uma suspeita permanente e infundada quanto à sua segurança e confiabilidade.

Um contexto que torna ainda mais importante a tranquilidade que marcou o processo no último domingo, quando o país vivenciou a primeira etapa de uma disputa que exigirá um segundo turno para definir um vencedor entre Jair Bolsonaro (PL), que tenta reeleição, e Luiz Inácio Lula da Silva (PT), líder da oposição.

Havia uma expectativa quanto à reação que teria Bolsonaro ao resultado, considerando que terminou a contagem de votos atrás de Lula, este com 48,43%, enquanto o atual presidente registrou 43,20%. A manifestação pública dele acerca do resultado no domingo à noite excluiu qualquer menção às dúvidas que durante longo tempo tem levantado acerca da segurança das urnas, o que pode indicar uma aceitação tácita de sua parte àquilo que, no frigir dos ovos, se impõe como realidade: inexiste uma só situação sustentável que dê motivo para se desconfiar das urnas eletrônicas brasileiras.

É inevitável, por outro lado, que apoiadores do presidente sigam insistindo na tese, ao distribuírem pelas redes sociais informações falsas e que tentam induzir o público à ideia de que o resultado pode ser manipulado. No entanto, o fato de o próprio Bolsonaro, até o momento, pelo menos, se manter à distância e, pelo silêncio, respaldar os números apurados pela justiça eleitoral no domingo, evita que o debate se arraste para além de ambientes pouco filtrados e ganhe consistência maior do que a que realmente tem. No caso, até que prova em contrário apareça, nenhuma.

Uma discussão mais séria e consequente pode nos levar a adequações ou mudanças que melhorem o sistema. Desde que entendamos, como ponto de partida, que ele garante o respeito à decisão do eleitor, é eficiente no combate às fraudes, eficaz no aspecto de garantir velocidade ao anúncio dos resultados, enfim, há um conjunto importante de aspectos positivos que precisam ser ressaltados como trunfos de um modelo que nos fez superar práticas eleitorais históricas que, estas sim, permitiam manipulações e desvirtuamentos.

Apenas assim é que conseguiremos identificar melhor, e com qualidade, problemas eventuais ainda existentes para corrigi-los visando um processo eleitoral que seja a cada dia mais capaz de refletir o sentimento de quem vota. É o que aconteceu neste 2 de outubro e, temos convicção absoluta, é o que se repetirá no dia 30 próximo. n

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