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Deputados relatam prejuízos causados pela Enel
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Deputados relatam prejuízos causados pela Enel

Editorial recente comentou a decisão da Enel, empresa italiana que distribui energia elétrica para os 184 municípios cearenses, de vender suas operações no Estado. Na ocasião registrou-se que o projeto de desfazer-se da companhia não podia interferir na qualidade dos serviços oferecidos à população.

Na edição de ontem, a reportagem "Demora na ligação de energia em equipamentos públicos vira problema para municípios do Ceará", assinada pelo jornalista Luciano Cesário, registra descaso da companhia quanto a esse serviço, que atinge também empreendimentos privados, e os consequentes prejuízos daí decorrentes.

Segundo denúncias de deputados na Assembleia Legislativa, estabelecimentos ou obras em pelo menos seis municípios do interior enfrentam dificuldades para ter a energia ligada. Além disso, "30 quiosques estão às escuras na capital", segundo registrou a reportagem, referência a uma obra de requalificação na orla da Barra do Ceará. 

Em Granja, a Prefeitura aguarda há mais de um ano a instalação da rede de iluminação pública no dique de contenção do rio Acaraú, segundo o deputado Romeu Aldigueri (PD), obra construída para evitar enchentes na zona urbana da cidade. Em Juazeiro do Norte, a nova sede da Câmara dos Vereadores utiliza, há mais de seis meses, um gerador para fazer funcionar a iluminação e equipamentos que dependem de energia elétrica. A informação é do deputado Fernando Santana (PT) e foi confirmada pela assessoria de imprensa da Câmara.

O deputado Guilherme Landim (PDT) relata que uma empresa de Brejo Santo quase perdeu um contrato com Alemanha porque não podia cumprir os prazos de entrega dos produtos, devido à falta de energia, instalada há cerca de duas semanas, depois de muita espera.

Há outros casos relatados, ao ponto de o deputado Romeu Aldigueri ter pedido que o governo do Estado analise a possibilidade de intervir na companhia.

A Enel nega irregularidades e afirma que os atrasos ocorrem por problemas de responsabilidade dos próprios solicitantes, como falta de licenças ambientais, inadequação de medidores e "inobservância de normas vigentes".

Mas o fato é que já há algum tempo registra-se a piora no fornecimento de energia, como demonstra pesquisa da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), com dados de janeiro a dezembro de 2021, na qual a Enel registra o 25º lugar entre as 29 concessionárias de grande porte. Esse ranking é composto pelo Desempenho Global de Continuidade (DGC), medindo o tempo em que os consumidores ficam sem energia e a frequência das interrupções. Ou seja, no ano passado, os cearenses estiveram entre os mais prejudicados pelo tempo em que ficaram sem luz e pela constância com que as quedas aconteceram.

Sendo assim, é preciso que a Enel vá além da negação das denúncias, apresentando evidências de que está realizando o seu trabalho de acordo com o que se exige de uma concessionária de serviço público. n

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