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O ataque terrorista à democracia Brasileira
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Editorial opinião

O ataque terrorista à democracia Brasileira

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Tipo Opinião


Vergonhosas, lamentáveis e inadmissíveis as cenas observadas neste domingo em Brasília, quando radicais golpistas invadiram e depredaram os prédios dos Três Poderes constitucionais do País: Congresso Nacional, Supremo Tribunal Federal (STF) e Palácio do Planalto, uma semana após a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

A violência sem precedentes contra esses espaços tem um peso simbólico que fala muito sobre o contexto político em que estamos inseridos: o ódio às instituições e, consequentemente, à própria democracia. Não há mais espaço para meias-palavras e não dá para classificar de outra forma: são ataques terroristas ao coração da República e à Democracia.

Impossível não traçar um paralelo com a invasão do Capitólio, em 6 de janeiro de 2021, quando apoiadores do candidato derrotado à Presidência dos Estados Unidos, Donald Trump, protagonizaram um momento de barbárie. Havia um grande temor de que algo parecido se repetisse aqui, tendo em vista que o movimento trumpista influencia a extrema-direita brasileira. Esse dia chegou, e poderia ter sido evitado.

Não o foi por um conjunto de fatores que aciona um grave alerta. Falharam os serviços de inteligência federal que não dimensionaram adequadamente o que estava por vir. E falhou miseravelmente qualquer esquema que supostamente tenha sido pensado pela Polícia Militar do Distrito Federal, a quem competia a segurança da área.

Aliás, as cenas de policiais acompanhando passivamente os grupos radicalizados, alguns até se confraternizando, levantam sérias dúvidas se realmente houve uma falha de segurança. Como explicar que a PM mais bem paga do País não estivesse preparada para conter uma marcha que levou mais de uma hora para chegar ao seu objetivo? O “esquema” parece ter funcionado perfeitamente, para o que se pretendia.
A omissão gritante do governador Ibaneis Rocha e de seu então secretário de segurança, Anderson Torres, ex-ministro da Justiça do Governo Bolsonaro, permitiram cenas que ficarão para a História, pelo que têm de pior. E quanto mais se aprofunda, mais a situação torna-se grave.

Sabe-se agora que, ao invadir o Planalto, um grupo de golpistas roubou armas do Gabinete de Segurança Institucional. O ministro Paulo Pimenta levantou a suspeita de que tenha havido vazamento de informações sobre a localização das armas, o que apontaria para a infiltração de agentes terroristas na estrutura do Estado.

É preciso estancar imediatamente essa situação. O decreto de intervenção na Segurança Pública do Distrito Federal é um primeiro passo no reestabelecimento da ordem; o afastamento do governador Ibaneis pelo STF, um outro passo nesse sentido. Mas é necessário que cada terrorista ali presente, os organizadores e financiadores do evento, muitos dos quais situados bem longe de Brasília, sejam identificados e responsabilizados.

A Democracia brasileira tem pressa e não poderá dormir tranquila enquanto as instituições não cumprirem seu dever. A História não perdoará os omissos.

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