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A visita das ministras
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Editorial opinião

A visita das ministras

Depois da recente passagem de Luiz Inácio Lula da Silva pelo Ceará, na qual o presidente anunciou o Pacto Nacional de Retomada de Obras na Educação Básica, foi a vez de três ministras visitarem o Estado esta semana. Na quarta-feira estiveram em Fortaleza e em algumas cidades do interior, a ministra Anielle Franco (Igualdade Racial), Sonia Guajajara (Povos Indígenas) e Nísia Trindade (Saúde).

Anielle Franco lançou em Fortaleza o Plano Nacional Juventude Negra Viva no Ceará, uma iniciativa que ela vai implementar, pessoalmente, em todos os estados da federação, tendo escolhido Fortaleza para dar partida no programa, considerado um dos mais importantes de sua gestão.

Em Limoeiro do Norte, a ministra da Saúde, Nísia Trindade, junto com o governador Elmano de Freitas (PT), vistoriou unidades públicas de saúde e assinou portaria liberando R$ 300 milhões para ajudar na redução de filas de cirurgias eletivas e subsidiar a rede estadual de policlínicas. Nísia também elogiou o sistema de regionalização do atendimento à saúde, criado pelo Ceará, e disse que o modelo é "referência nacional".

Por sua vez, a ministra dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara, participou do encerramento do Mês da Vacinação dos Povos Indígenas no Ceará, cerimônia realizada na aldeia Gameleira, em São Benedito. Ela lembrou que a criação de um ministério para cuidar de assuntos indígenas era um fato inédito na história brasileira.

O que se observa com essas atividades políticas em território cearense envolvendo o presidente e ministros — além da importância que o Nordeste, mais especificamente o Ceará, ganhou sob o novo governo — é a mudança na forma e no conteúdo do tratamento que a Presidência e sua equipe passaram a dispensar aos governadores e prefeitos.

Se com o ex-presidente Jair Bolsonaro a relação era distante ou mesmo conflitiva, o objetivo de Lula é aproximar-se das autoridades locais e das bases populares de seu governo, como demonstrou com sua atitude de visitar e socorrer locais atingidos por tempestades, independentemente de qual partido administrava essas cidades e estados.

Em discurso, no início do mês de março, Lula deixou clara essa estratégia ao dizer que seu objetivo era viajar pelo Brasil para "voltar a inaugurar casa, escola, creche, estrada, universidade, escolas técnicas". Como o presidente está mais voltado para viagens ao exterior, na tentativa de reconstruir a imagem internacional do Brasil, seus ministros vêm cumprindo esse papel.

Nos 100 dias de seu Lula também abordou a necessidade desses deslocamentos para realizar conexões políticas, ao dizer que estava programando uma viagem com seus ministros para que eles conhecessem lugares em que as pessoas "vivem miseravelmente".

Seria a reprodução do evento organizado por Lula em 2003, no seu primeiro mandato, quando levou 30 ministros para conhecer cidades do Nordeste de menor Índice de Desenvolvimento Humano (IDH). Apesar de ser uma medida educativa, é lamentável que o episódio precise ser repetido 20 anos depois. n

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