
O que O POVO pensa sobre os principais assuntos da agenda pública
O que O POVO pensa sobre os principais assuntos da agenda pública
A 31ª reunião do Conselho Deliberativo da Superintendência do Desenvolvimento Do Nordeste (Sudene) aprovou na segunda-feira o Plano Regional de Desenvolvimento do Nordeste 2024-2027 (PRDNE), estabelecendo entre as suas prioridades a estruturação do hub de hidrogênio verde (H2V) na região. A votação do PRDNE deu-se após a cerimônia de posse do novo superintendente do órgão, Danilo Cabral, ex-deputado federal pelo estado de Pernambuco.
O conselho acerta ao definir o hidrogênio verde como prioridade, pois o Nordeste é ponto estratégico para a produção do H2V, fonte de energia que pode reduzir a dependência ou mesmo substituir o combustível fóssil, diminuindo a emissão de dióxido de carbono na atmosfera. Por suas características, o hidrogênio verde — produzido a partir da eletrólise da água, com o uso de energias limpas — é chamado de "combustível do futuro", pois é um aliado fundamental para a reversão do aquecimento global.
Pelo menos cinco estados do Nordeste estão fazendo investimentos na produção de H2V: Ceará, Rio Grande do Norte, Bahia, Pernambuco e Piauí. O Ceará tem um dos projetos, contando com 30 memorandos de entendimento com empresas que pretendem produzir no porto do Pecém, sendo a maior quantidade de projetos para a geração desse tipo de combustível em todo o País. A expectativa é que em 2026 as empresas já estejam produzindo em larga escala.
Do PRDNE constam ainda de seu planejamento a ampliação e universalização de acesso à água, reestruturação de portos, construção de distrito industrial para atração de empresas, ampliação da geração e distribuição de energia solar e duplicação de rodovias federais que cortam a região. São 19 programas, 112 projetos estruturantes e 90 ações estratégicas, que necessitarão da parceria de 23 ministérios do governo federal.
Danilo Cabral pretende que, pelo menos, alguns dos projetos do PRDNE se integrem ao novo Plano de Aceleração do Crescimento (PAC), que será lançado nos próximos dias pelo governo federal, e que movimentará cerca de R$ 70 bilhões.
Em declaração a este jornal, Danilo mostrou-se otimista, principalmente com a produção do hidrogênio verde: "É uma nova janela de oportunidade que temos aqui no Nordeste. A região é responsável por 83% da energia limpa produzida no Brasil. E isso é imposição também de uma agenda de sustentabilidade mundial, é um processo irreversível".
No entanto, a implementação do plano não é automática, precisando ser encaminhado aos Ministérios da Integração e do Desenvolvimento Regional; do Planejamento; Casa Civil e, ainda, ser submetido ao Congresso Nacional, para ser integrado ao Plano Plurianual Federal (PPA).
A energia limpa, como disse Cabral, é hoje uma preocupação mundial, e vários países se lançam a esse empreendimento, que o Brasil está em condições de liderar, uma circunstância que deveria ser considerada pelas instâncias que vão analisar o Plano Regional de Desenvolvimento do Nordeste. n
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