
O que O POVO pensa sobre os principais assuntos da agenda pública
O que O POVO pensa sobre os principais assuntos da agenda pública
O rápido transplante de coração ao qual o apresentador Fausto Silva foi submetido, no último dia 27, gerou uma onda de desinformações e críticas infundadas que tinham por objetivo prejudicar a imagem do paciente e do próprio Sistema Único de Saúde (SUS). Pelas redes sociais, espalhou-se a mentira de que Faustão teria "furado a fila" de pessoas à espera do órgão por conta de sua fortuna e poder de influência. Mas nada disso aconteceu. São falas irresponsáveis e, por consequência, perigosas, em virtude dos danos que podem provocar.
Há toda uma regulação que impede qualquer tipo de privilégios e intervenções externas, além de estabelecer auditorias constantes. Não importa se o sujeito é rico ou pobre, famoso ou anônimo, preto ou branco, homem ou mulher, esteja internado na rede pública ou na rede privada de saúde: todos que estão necessitando desse tipo de intervenção ficam submetidos às mesmas regras, sendo a ordem de chegada ao sistema gerenciado pelo SUS apenas um critério de desempate quando todas as questões técnicas são semelhantes. Por isso, nem dá para chamar exatamente de "fila".
Gravidade do caso, tipo sanguíneo, compatibilidade, estrutura corporal, local onde determinado órgão foi coletado: tudo isso é levado em conta na hora de saber quem será priorizado. E os dados da lista única de espera são disponibilizados com toda transparência no site do Sistema Nacional de Transplantes (SNT), com atualizações diárias. Há uma série de elementos que interferem diretamente nessa organização, sendo determinantes as situações de extrema gravidade com risco de morte, aspecto em que se enquadrava Faustão, internado com insuficiência cardíaca desde o início de agosto, precisando ser atendido por meio de assistência circulatória.
Todos os pacientes do País recebem cuidados de forma "integral, equânime, universal e gratuita, incluindo exames preparatórios, cirurgia, acompanhamento e medicamentos pós-transplante", como informa o Ministério da Saúde. Prova disso foi o testemunho de uma jovem que viralizou nos últimos dias. Michelle Fernanda Luckesi, 30, há 12 anos precisou com urgência de um transplante de fígado. Havia sido diagnosticada com hepatite autoimune e foi internada em estado grave. Conseguiu um novo órgão em apenas 24 horas. "Se o Faustão conseguiu um transplante em alguns dias por ser rico, eu sou milionária", brincou.
Os exemplos atestam a seriedade e eficiência do nosso sistema público de transplantes e ajudam a explicar por que ele é referência para o mundo. Desta forma, é importante que o público acesse dados confiáveis e não compartilhe desinformação que coloca em risco a estabilidade desse tipo de programa. Se ontem foi o Faustão, amanhã poderá ser você ou um ente querido que precise de um transplante. Daí a importância de fortalecermos ainda mais o nosso SUS e realizar sequentes campanhas de doação de órgãos. Avise sua família que deseja ser doador. Gesto altruísta que pode salvar milhares de vidas.
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