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As mudanças climáticas e a seca no Amazonas
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Editorial opinião

As mudanças climáticas e a seca no Amazonas

O Amazonas vem enfrentando dois problemas, concomitantemente, que têm a ver com o aquecimento global, que hoje preocupa todo o mundo. Com 62 municípios, o estado tem 58 em estado de calamidade ou de emergência, devido à intensa seca que está fazendo cair o volume dos cursos de água, especialmente o Rio Negro, que desceu à marca de 13,59 metros, a menor da história. Cerca de 300 mil pessoas foram atingidas em todo o estado, com rios secando, casas flutuantes encalhadas, escassez de água potável e de alimentos, com os ribeirinhos ficando sem o recurso da pesca, devido à mortandade dos peixes.

O outro complicador é a ação ilegal de grupos que invadem terras, desmatam florestas a provocam queimadas. A cidade de Manaus ficou vários dias sob uma densa cortina de fumaça devido a essa atividade fora da lei. No domingo (14/10), 60 pessoas foram presas, suspeitas de participarem da devastação e dos incêndios.

Em junho, o Programa Queimadas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) anunciou que, somando todos os estados da Amazônia, havia 10.049 focos de calor na região. Se a estiagem intensa é resultado das mudanças e essas são provocadas pela atividade humana, assiste-se no Amazonas, em sua pior forma, a ação destrutiva dessas duas forças.

Na sexta-feira (13/10), a ministra do Meio Ambiente e Mudanças Climáticas, Marina Silva, anunciou ações para a dragagem de rios, antecipação de benefícios e entrega de cestas básicas para a população mais vulnerável. Também foi divulgado que seriam destinados maior volume de recursos para combater os incêndios florestais, e a mobilização de mais 3.500 brigadistas para debelar focos de incêndio.

Cientistas de todo o mundo alertam que as consequências do aquecimento global estão surgindo mais rapidamente do que se previa. Ou seja, esse não é um acontecimento para o futuro, mas que já impacta dramaticamente a humanidade em todos os continentes.

No Brasil, este ano, chuvas fora do normal e enchentes no litoral de São Paulo, no Rio Grande do Sul, e estados do Norte e Nordeste, incluindo o Ceará, causaram graves danos materiais, desabrigaram milhares de pessoas e provocaram dezenas de mortes.

Os fenômenos naturais tornam-se cada vez mais violentos, provocando verões abrasadores e invernos que batem recordes de queda de temperatura. O que está acontecendo no Amazonas é mais um exemplo das consequências da alteração do clima.

A próxima Conferência de Mudanças Climáticas da Organização das Nações Unidas (COP 28), está prevista para ser realizada em novembro, quando será divulgado o primeiro balanço global do Acordo de Paris, para ser avaliado o desempenho de cada país na redução da emissão dos gases de efeito estufa.

O que se verá, é que muitos países ficarão em débito com os compromissos assumidos, o que é temerário, frente à urgência que a realidade exige. n

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