O que O POVO pensa sobre os principais assuntos da agenda pública
O que O POVO pensa sobre os principais assuntos da agenda pública
As fronteiras entre os países mudam com menor frequência do que os interesses dos governantes que os lideram. Sob uma perspectiva de multilateralismo, o Brasil recebe o mundo para a reunião de cúpula do G20, iniciada hoje no Rio de Janeiro. O G20, grupo que reúne os chefes de Estado das maiores economias do planeta, foi criado como resposta à crise financeira de 2008. Foram realizadas, até hoje, 18 cúpulas anuais, sempre no país que preside o bloco. Desde dezembro do ano passado, esse papel cabe ao Brasil, anfitrião em um momento geopolítico confuso, marcado por incertezas impulsionadas pela nova eleição de Donald Trump como presidente dos Estados Unidos.
Com retórica incendiária e política migratória extremista, Trump pode, neste novo mandato, incentivar ainda mais políticas isolacionistas. Na cúpula, a maior economia do mundo ainda será representada pelo atual presidente dos EUA, Joe Biden, que antes do G20 visitou a floresta amazônica e anunciou aumento no investimento no Fundo Amazônia.
A tentativa de alinhamento de agendas globais ganhou uma novidade nesta edição. O G20 Social, realizado entre sexta-feira e sábado, também no Rio, trouxe agentes não governamentais para as discussões. Tal como ocorrerá com a cúpula dos chefes de Estado, o fórum social se encerrou com a divulgação de um documento com compromissos dos países participantes. A experiência evidenciou a dificuldade em equilibrar demandas diversas e divergentes.
No documento do G20 Social, foram estabelecidos três eixos de ação: combate à fome, à pobreza e à desigualdade; sustentabilidade, mudanças climáticas e transição justa; e reforma da governança global. Um dos pontos mais controversos, a taxação de super-ricos, enfrentou ampla oposição do governo ultraliberal de Javier Milei, da Argentina, ilustrando o desafio de alcançar consensos.
A cúpula do G20 no Brasil é uma oportunidade para o mundo dialogar e buscar soluções conjuntas. É também uma chance para o Brasil se estabelecer como liderança global, papel almejado em sua atuação diplomática, nos posicionamentos junto à ONU e no bloco dos Brics. Além disso, o evento proporciona um palco privilegiado para relevantes reuniões bilaterais entre os chefes do Executivo das maiores economias do mundo. Trata-se de uma verdadeira mesa de negociação para o progresso em escala internacional.
Os membros atuais do G20 incluem 19 nações (África do Sul, Alemanha, Arábia Saudita, Argentina, Austrália, Brasil, Canadá, China, Coreia do Sul, Estados Unidos, França, Índia, Indonésia, Itália, Japão, México, Reino Unido, Rússia e Turquia) e dois blocos regionais (União Africana e União Europeia).
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