
O que O POVO pensa sobre os principais assuntos da agenda pública
O que O POVO pensa sobre os principais assuntos da agenda pública
Desde algum tempo, observa-se que as facções abriram uma nova frente para a prática de crimes. Elas expandiram suas atividades para as cidades do interior, onde, aparentemente, há mais facilidade para se infiltrarem na política eleitoral, servindo de trampolim para a eleição de vereadores e até de prefeitos.
No poder, esses candidatos, eventualmente eleitos, defenderão interesses criminosos, deixando o prejuízo para os moradores. Se antes essas organizações do crime buscavam somente eleger seus "representantes" — o que continuam buscando —, agora escalaram, passando ao estágio de tentar eleger diretamente integrantes orgânicos dessas facções. Um caso, com repercussão nacional, envolveu a ex-prefeita de João Dias (RN), com ela e a família investigados por, supostamente, integrarem uma organização criminosa.
Situações assim se repetem, especialmente no Nordeste, incluindo o Ceará, como se observa na edição desta quinta-feira, onde anota este jornal: "Mais de 40 presos e 98 denunciados por interferir nas eleições em Caucaia", cidade da Região Metropolitana de Fortaleza. A Polícia Civil chegou a esses suspeitos após investigar uma série de atentados contra candidatos na campanha municipal de 2024.
Três dos candidatos a prefeito foram vítimas de atentados. Uma caminhada em apoio à candidatura de Naumi Amorim (PSD), vencedor da disputa, foi alvo de disparos de arma de fogo. O mesmo aconteceu durante um ato da candidata Emília Pessoa (PSDB). Waldemir Catanho (PT) teve um dos carros de sua campanha atingido por tiros. A candidata a vereadora Marluce Ramos (PSD) também foi vítima dos criminosos, que dispararam contra uma manifestação em apoio à sua candidatura, deixando três pessoas feridas.
Durante a campanha eleitoral de 2024, O POVO mostrou como é cada vez mais profunda a interferência de grupos criminosos em eleições municipais. Em matéria de 21/11/2024, o jornal informa que as facções atuam em diversas cidades, utilizando-se de "intimidações", "ameaças", "compra de votos" e "ataques a políticos eleitores", para impor um sistema criminoso. O jornal ainda chama a atenção para o Comando Vermelho "como o principal grupo criminoso atuando em solo cearense no período eleitoral".
É preciso reconhecer que o Ministério Público e as polícias têm procurado agir com rigor e rapidez nas investigações, com o objetivo de frear a influência das organizações criminosas na política. No entanto, enquanto um episódio ganha destaque, centenas de outros continuam a se desenvolver, em uma rede criminosa que se espalha perigosamente, ameaçando a própria democracia.
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