
O que O POVO pensa sobre os principais assuntos da agenda pública
O que O POVO pensa sobre os principais assuntos da agenda pública
As autoridades estão obrigadas a dar uma resposta dura e urgente ao episódio grave registrado no último fim de semana e que ganhou o País, na forma de espanto, pelo espetáculo de inconsequência observado em vídeo que circulou pelas redes sociais no qual um motorista irresponsável faz com que seu veículo voe, literalmente, em área de dunas de Canoa Quebrada, no litoral sul do Ceará. Uma irresponsabilidade em várias camadas.
O meio ambiente é agredido de maneira violenta, como primeira constatação. Outro ponto grave que exige uma resposta contundente, repitamos, é a segurança pessoal de quem se encontrava na área à procura de momentos de lazer, alguns em família e com crianças, buscando desfrutar das belezas raras, até únicas, daquela faixa do nosso litoral. Uma "brincadeira", se este é o termo adequado, que poderia ter custado a vida de alguém, incluindo o doidivanas ao volante, cuja aventura ganhou destaque nacional nos últimos dias.
Há vários prejuízos potenciais que se pode vincular ao exemplar - pelo aspecto negativo - episódio. Perdemos pela agressão ambiental, como ponto inicial, que exige providências que pareçam capazes de frear inconsequências do tipo, muitas vezes resultantes da sensação de que a fiscalização não se faz presente com força suficiente para agir de maneira preventiva, com caráter inibidor. Antecipando-se ao problema, como é conveniente para situações do tipo, que colocam a vida das pessoas em risco.
Um outro prejuízo é à própria economia da região paradisíaca, muito baseada em belezas naturais que são ainda mais belas à medida em que somos capazes de protegê-las. Dá-se, ali, uma agressão muito clara, que, espera-se, levará o responsável a responder de acordo com o que está previsto nas leis. Nesse sentido, a investigação a cabo da Polícia Civil precisa ter suas consequências apresentadas como ação de caráter pedagógico.
O governo estadual manifestou-se, através do secretário de Turismo, Eduardo Bismarck, assim como o município ao qual está ligada a praia de Canoa Quebrada, através da prefeita de Aracati, Roberta de Bismarck. É o que lhes cabia fazer como reação imediata, mas a sociedade exige mais de ambas as instâncias, especialmente no caráter preventivo, algo que represente uma ação mais presente de combate ao embaraço antes que ele se manifeste, diferentemente do que se deu neste caso.
É fundamental identificar e punir, cumprido o rito legal na sua plenitude, o protagonista do espetáculo que nos indignou e (de certa) envergonhou nos últimos dias. Ao mesmo tempo, o poder público, em todas as instâncias, precisa cumprir melhor sua obrigação de proteger o nosso litoral, um patrimônio que a natureza nos ofereceu e que pede em troca apenas uma capacidade maior de defendê-la de agressores a cada dia mais ousados e inconsequentes. n
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