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A população precisa se vacinar
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Editorial opinião

A população precisa se vacinar

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Iniciativas diversas têm ocorrido na Saúde da Capital e do Estado a fim de convencer a população a tomar os imunizantes que protegem contra as doenças. É preocupante saber que o percentual de pouco mais de 10% da população total se vacinou contra a influenza na capital cearense entre 1º e 25 de maio, por exemplo. Neste período, com chuvas na região, aumentam-se os casos virais de gripes e resfriados, que podem ser agravados para quadros como a Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) se a proteção não for realizada.

Neste fim de semana, a Prefeitura de Fortaleza promove uma força-tarefa a fim de aumentar a cobertura vacinal, com a finalidade de ampliar o acesso ao atendimento e reduzir a circulação de vírus respiratórios. Há vacinação em postos de saúde, que abrem excepcionalmente neste fim de semana, e em três shoppings da Capital. Também houve vacinação no sistema "drive-thru", sem que a pessoa precise sair do veículo, durante a semana. Além da vacina contra a influenza, estão sendo ofertados outros imunizantes do calendário de rotina.

A falta de informação que leva à não imunização é um problema que atinge outros locais do Estado. Em artigo publicado no O POVO (23/5/2025), intitulado "Sem vacina para a epidemia da desinformação no Cariri", o jornalista Luciano Cesário chama atenção para a baixa cobertura da vacinação na Região do Cariri. De acordo com ele, no Crato, até a primeira quinzena de maio, menos de 30% do público-alvo da vacina contra a gripe recebeu a imunização, o que seria um reflexo de um desinteresse e descrédito crescentes da população em relação à eficácia dos imunizantes.

Ainda no artigo, Luciano Cesário comenta que, conforme a coordenadora de Vigilância em Saúde do Crato, Evanúsia Lima, "as mentiras espalhadas nas redes sociais são o ponto nevrálgico da baixa procura" e, em entrevista à rádio O POVO CBN Cariri, ela manifestou preocupação com a epidemia da desinformação, que acomete principalmente os mais pobres, ou seja, aqueles que mais precisam das vacinas pela vulnerabilidade a que estão expostos.

É preciso que esse chamamento à população para que se vacine contra a gripe seja feito de modo contínuo. Essa descentralização dos postos móveis de atendimento à vacinação tem sido feita como reflexo do fato de as pessoas não estarem indo às unidades de saúde buscar imunização. A resistência à vacina tem sido um problema agravado desde a pandemia de covid-19, pelos fantasmas que o "discurso antivacina e anticiência" criou.

É sabido que, quando uma pessoa na sociedade é vacinada, atinge-se um efeito coletivo ao minimizar a circulação do agente infeccioso. As evidências científicas mostram a eficácia e a segurança dos imunizantes e um dos grandes desafios da Saúde é combater esse movimento. Vacinar-se não deve ser tão somente uma decisão baseada em interesses pessoais, mas deve ser entendida, sobretudo, como uma responsabilidade social de uma questão maior - a saúde pública. n

 

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