
O que O POVO pensa sobre os principais assuntos da agenda pública
O que O POVO pensa sobre os principais assuntos da agenda pública
Um jardim pode ter vários propósitos: relaxar e apreciar a natureza; cultivar plantas; atrair pássaros, borboletas e abelhas; decorar; abrigar práticas educacionais e recreativas; receber família e visitantes. Há quem os guarde como espaços queridos da infância e quem projete construí-los em seu lar como maneira de estar perto da natureza em meio a prédios e avenidas.
Fortaleza tem seus jardins, particulares e públicos — estes em forma de parques e praças. Uns são bem cuidados, outros clamam por zelo e atenção. Entre eles, o Jardim Japonês, formalmente nomeado praça Jusuka Fujita e idealizado para entretenimento, lazer, meditação e atração de turismo.
Hoje é um adolescente, aos seus 14 anos, e quase um "ponto cego" em meio à principal via turística da Cidade, a avenida Beira Mar. Luminárias com defeito, paisagismo descaracterizado, estruturas degradadas, sujeira. Seus 1.900 m² tornaram-se inseguros.
O cenário foi exposto por mais de uma vez nas páginas, online e físicas, do O POVO; a mais recente em reportagem publicada na última semana. Em resposta, a Prefeitura, por suas diversas secretarias, informou: serviços de melhoria na infraestrutura serão realizados "o mais breve possível", com limpeza e checagem da necessidade de manutenção.
A obra visava comemorar o centenário da imigração japonesa, em 2008, e homenagear o primeiro imigrante japonês no Ceará, de quem recebeu o nome. Com atraso e quase R$ 1,9 milhão investido, a construção integrou as comemorações dos 285 anos da Capital, em 2011. E agora, faz parte do quê?
Consta em variadas divulgações entre os "lugares indispensáveis para conhecer em Fortaleza". No dia-a-dia, estão por ali pessoas em situação de rua. Turistas e moradores da Capital, quando muito, passam rapidamente.
Em seu tempo de existência, temos registro de duas interdições temporárias para revitalização — uma ainda em 2011 e outra em 2013. Possui, como descreve a gestão municipal, simbologias nipônicas: nascente d'água e lagos para acúmulo de experiência da vida; uma cascata para força e juventude; e a ponte, ligação entre a terra e o paraíso. Reverências a uma comunidade e a valores importantes na construção da Cidade.
Praças e parques urbanos podem ser importantes locais de interação social, promovendo bem-estar e qualidade de vida para visitantes e moradores. Havendo programações e manutenção, são potentes locais para formar e fortalecer laços comunitários, o que contribui também para a segurança pública.
Há tempo de mudar a história de abandono do Jardim Japonês, bem como de outros locais semelhantes em Fortaleza. Recursos para o cuidado adequado, garantindo múltiplos usos, devem ser buscados. Todo jardim demanda zelo cotidiano, bem sabe quem pode tê-los privadamente; o mesmo vale para os jardins da casa de todos os fortalezenses. n
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