
O que O POVO pensa sobre os principais assuntos da agenda pública
O que O POVO pensa sobre os principais assuntos da agenda pública
Operação da Polícia Civil do Ceará levou à prisão 15 donos de empresas de provedores de internet ligadas à organização criminosa Comando Vermelho. A facção tem origem no Rio de Janeiro, mas age em vários outros estados do Brasil, incluindo o Ceará.
Essa é a quarta fase da Operação Strike, com ações integradas das forças de segurança do Estado, para dar mais segurança às empresas legais de fornecimento de conexão à internet, além de promover uma ofensiva contra os grupos criminosos.
A ação começou depois de uma onda de ataques aos provedores de internet, entre fevereiro e março deste ano, quando criminosos do Comando Vermelho vandalizaram as sedes das empresas, visando impedir seu funcionamento para monopolizar o serviço em favor do crime.
Alisson Gomes, delegado titular da Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco), disse que as empresas ligadas ao Comando Vermelho extorquiam dinheiro de clientes, tabelavam os preços e danificaram equipamentos de empresas legalizadas, para expulsá-las do mercado.
Por isso, é importante essa atuação da Polícia Civil, resultado de um trabalho de inteligência, que rende mais do que a política de confronto, que na maioria das vezes se mostra ineficaz, ao atingir apenas a baixa hierarquia do crime.
Afora que as ações espetaculares — de modo geral — costumam resultar em mortes, incluindo de policiais e civis, atingidos pelas chamadas "balas perdidas". Fazer o trabalho preventivo, evitar que uma iniciativa criminosa prospere e sufocar financeiramente as facções, é modelo mais adequado para enfrentar o crime organizado, no Ceará ou em qualquer outra região.
Com a segurança pública tornando-se uma das principais preocupações dos brasileiros, governadores de diversos estados investem em programas para combater a criminalidade.
No entanto, o problema também é capturado por discursos populistas, que enxergam a segurança pública somente pelo viés do confronto, fomentando o medo entre a população, muitas vezes com fins exclusivamente eleitoreiros.
É preciso ter claro que a segurança pública é um tema extremamente complexo, que não será resolvido do dia para a noite, nem apenas nos marcos de cada estado.
Para enfrentar o perigo das facções criminosas será necessária uma frente, que una estados, municípios e o governo federal, para implementar ações integradas das polícias, respeitadas as competências de cada ente.
Dos governadores e prefeitos, espera-se que analisem com um pouco mais de boa-vontade, a PEC da Segurança Pública, proposta pelo ministro da Justiça Ricardo Lewandowski, para que se encontre um denominador comum.
Quanto ao Ceará, a ação ora comentada, é um bom exemplo do uso da investigação e da inteligência para atingir exatamente o alvo escolhido, desestruturando as conexões criminosas, sem danos colaterais.
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