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Aumentam as queimadas no Brasil
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Editorial opinião

Aumentam as queimadas no Brasil

A grande oportunidade para o Brasil e o mundo discutirem como enfrentar a emergência climática, de modo a preservar o planeta, será a COP30, a ser realizada em Belém (PA), em novembro deste ano

Relatório do MapBiomas divulgado ontem mostra que no ano de 2024 foram registrados 30 milhões de hectares de queimadas em todo o País. De acordo com o levantamento, foi a segunda maior extensão que o fogo atingiu nos últimos 40 anos, com média de 62% acima do período entre 1995 e 2024.

Do total queimado, 72% foram áreas de vegetação nativa, com a cobertura florestal sofrendo o maior impacto, com 7,7 milhões de hectares incendiados.

Mais da metade da área atingida (15,6 milhões de hectares) concentrou-se na Amazônia, o maior número da série histórica. A alta de incêndio foi de 117% em relação à média dos últimos 40 anos.

Conforme o relatório da MapBio, pela primeira vez as florestas superaram as pastagens como a cobertura mais atingida, representando 43% da área queimada na região amazônica.

O Pantanal também sofreu com recordes negativos, mas todos os biomas, além dos já citados, tiveram perdas significativas causadas pelo fogo, como a mata atlântica, caatinga, cerrado e o pampa.

Em declaração à Agência Brasil, o coordenador de mapeamento da Amazônia do MapBiomas, Felipe Martenexen, afirma que a região foi muito afetada pelo fenômeno El Ninho, em 2023 e 2024, deixando o bioma mais seco e suscetível ao fogo. Mas ele também disse que foi necessária a ação humana para que os incêndios tivessem início.

Ou seja, o aumento das queimadas ocorre por dois fenômenos que podem ser controlados. Primeiro, aumentando a fiscalização para coibir a atividade dos incendiários; depois, implementando propostas para combater o aquecimento global. No entanto, essa última providência não depende apenas de iniciativas isoladas de cada país.

Quanto ao desmatamento, o levantamento do MapBio traz números positivos. Em 2024, pela primeira vez em seis anos, houve queda de desmatamento em todos os biomas, com exceção da mata atlântica, que permaneceu estável, mas apresentou queda de 60% no ano anterior.

A grande oportunidade para o Brasil e o mundo discutirem como enfrentar a emergência do clima, de modo a preservar o planeta, será a 30ª Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas (COP30), a ser realizada em Belém (PA), em novembro de 2025.

Sob a presidência brasileira, o Palácio do Planalto considera a COP 30 "uma oportunidade histórica para o Brasil reafirmar seu papel de liderança nas negociações sobre mudanças climáticas e sustentabilidade global".

No entanto, a responsabilidade do governo também aumenta perante ao mundo, tanto pelas medidas que tem de tomar em relação ao Brasil para a proteção do meio ambiente, quanto pelas metas ousadas contidas na carta assinada pelo embaixador brasileiro, André Aranha Corrêa do Lago, presidente da COP 30.

 

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