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A força cultural e econômica das festas juninas
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A força cultural e econômica das festas juninas

Consideradas celebrações ricas e diversas, as festas juninas mantêm sua tradição na região Nordeste, estendendo-se a outros estados. Marcados pelo cenário festivo musical do forró, das animadas quadrilhas e das comidas típicas, os festejos encontram um pretexto na comemoração religiosa de Santo Antônio (no dia 13 de junho), de São João (no dia 24 de junho) e de São Pedro (no dia 29 de junho, neste domingo).

E é inegável que a Igreja Católica celebre a memória destes três santos populares, os quais, cada um a seu modo, representam um sinal de bondade, de fé e de vida de oração. Santo Antônio, frei franciscano do período medieval, cultivou fortemente a virtude do bem, ajudando principalmente a alimentar as pessoas pobres.

Pela fé católica, São João Batista foi o responsável por anunciar a chegada de Jesus e por batizá-lo nas águas do rio Jordão. Era conhecido por praticar a penitência e pregar chamando todos à conversão. É tido como um grande testemunho do Evangelho. Também lembra-se, em junho, o dia de São Pedro, o primeiro papa da Igreja, que completa a tríade dos santos populares do mês. Teve o papado mais longo da história, durante 37 anos, e foi chamado por Jesus como "o pescador de homens". Não à toa, ocorre em Fortaleza, a cada 29 de junho, a tradicional Festa de São Pedro dos Pescadores, considerada patrimônio imaterial da cidade, que inclui procissão marítima na Praia do Mucuripe.

Além dos festejos religiosos, a celebração cultural é caracterizada pela maciça participação popular, representando um evento de significado também econômico para os locais em que é realizado. Basta lembrar os grandes eventos que reúnem, neste período, milhares de pessoas no Ceará e em outros estados do Nordeste. Congregam muitos que vão aproveitar a festa, prestigiando a animação e fazendo movimentar a economia local.

Os turistas que chegam ao Nordeste reforçam a força da festa que precisa se especializar para receber o público de forma organizada e atraente. Assim, a geração de renda a partir daí passa por hotéis, restaurantes e outros serviços locais, promovendo inclusive empregos temporários.

É certo que, hoje em dia, os arraiais já se disseminam em todas as regiões do País, misturando ritmos, gostos e cores. A tradição se espalha por outros estados fora do Nordeste, popularizando uma cultura ao mesmo tempo em que a diversifica.

Desse modo, além de prestigiar a cultura junina, festejar esse período significa reforçar os valores de uma nordestinidade fundamentada nos ritos populares de cada local e nos hábitos tradicionais, que vão da culinária à dança, dos personagens à vestimenta. Preservar essa expressão fortalece a identidade cultural de um povo ao tempo em que intensifica o turismo e valoriza as tradições. n

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