
O que O POVO pensa sobre os principais assuntos da agenda pública
O que O POVO pensa sobre os principais assuntos da agenda pública
Os eventos trágicos dos últimos dias nos Estados Unidos, onde chuvas no Texas deixavam, na contagem feita até a publicação deste texto, um saldo de 91 mortes, mostram que o descaso com uma política responsável de defesa do meio ambiente coloca a todos em risco. Não é um problema apenas de pobres, países ou famílias, mas, parece claro, há um preço que a sociedade em geral é chamada a pagar quando seus efeitos aparecem.
É cada vez mais comum no tempo contemporâneo que fenômenos naturais com os quais lidávamos antes com mais tranquilidade acabem se transformando em motivo de preocupação pelos seus efeitos danosos. O exemplo do rico estado norte-americano expõe de maneira cruel esta nova realidade, para a qual devem acordar as autoridades e a própria sociedade. Enquanto ainda há condição de fazê-lo.
O debate sobre a importância da preservação do meio ambiente, racionalizando melhor a exploração de suas riquezas, precisa estar na ordem do dia dos governantes mundiais. De uma maneira concreta, envolvendo atitudes que indiquem uma real preocupação com o tema, e não como parte de discursos bonitos, tanto quanto inócuos.
A natureza vai nos oferecendo exemplos quase diários de que não está disposta a aceitar passivamente, sem resposta, políticas insensatas que envolvem sua destruição de maneira descompromissada com o que pode gerar de resultados futuros. No sentido negativo e na perspectiva de um amanhã que, na verdade, parece já ter chegado.
Os Estados Unidos, com o governo liderado por Donald Trump, talvez seja um dos melhores exemplos atuais de ação pública desalinhada com o que se entende adequado em relação aos desafios ecológicos. Uma das primeiras medidas do seu novo governo foi, conforme prometera em campanha, sair do Acordo de Paris, na prática retirando o país de compromissos com a preservação ambiental.
O mais grave é que há um volume importante de medidas concretas adotadas desde a posse de Trump, na linha de desmonte da estrutura de ação do Estado na área. Por exemplo, o Serviço Nacional do Clima (NWS na sigla em inglês), responsável por monitorar e emitir alertas sobre fenômenos climáticos para que as pessoas possam deixar as áreas de risco a tempo, está sendo esvaziado e tem sido alvo de cortes, de verba e de pessoal, em parte responsável pela baixa eficiência demonstrada no caso texano.
O que acontece no país mais poderoso do mundo precisa ser compreendido na sua dimensão exata, como demonstração de que ninguém está livre das consequências de uma ação humana irresponsável em relação ao meio ambiente. Infelizmente, as primeiras reações indicam que, considerada a posição do governo dos Estados Unidos, nada indica que o acúmulo de tragédias em torno do fato será suficiente para sensibilizar e gerar mudanças objetivas e rápidas. Resta-nos rezar. n
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