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O saneamento básico exige mais atenção
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Editorial opinião

O saneamento básico exige mais atenção

Os municípios cearenses avaliados no 17º ranking de saneamento organizado pelo Instituto Terra Brasil (ITB) aparecem muito mal posicionados, infelizmente. É um estudo importante, que diz respeito às localidades mais populosas do País e, no nosso caso, envolveu Fortaleza, Caucaia e Juazeiro do Norte. A má performance não surpreende, diante do que nos é dado a testemunhar circulando pelas ruas e cidades.

Reportagem assinada por Kleber Carvalho, na edição desta segunda-feira, dia 21, mergulha nos números e conclusões do levantamento. Aponta, por exemplo, que até houve um aumento nos investimentos realizados no setor em 2023, ano objeto do estudo, mas, ao contrário do que seria normal esperar, deu-se uma queda na qualidade dos indicadores do serviço.

É uma análise de situação que requer cuidados, sempre, evitando-se cair em enganos que a pressa às vezes determina. Por exemplo, ao observar que nos três casos cearenses houve melhoria no posicionamento entre as 100 localidades analisadas pelo ITB: Fortaleza saindo da 68ª para 62ª, Caucaia da 85ª para 79ª e Juazeiro do Norte indo da 91ª para 85ª. Um ponto de vista que aponta melhoria, objetivamente, mas, que representa algo ainda muito distante do que poderíamos apontar como minimamente ideal. Longe disso, inclusive.

Como bem explica o material, a partir do que dizem especialistas, o investimento que se faz em saneamento nem sempre tem seus resultados aparecendo no momento imediato. Até pelo fato de existirem aspectos ligados à infraestrutura de cada urbe que exigiriam intervenções simultâneas para que a melhoria fosse sentida com mais rapidez pela população.

São números e é uma realidade para as quais as autoridades precisam ter capacidade de fazer uma leitura correta, técnica, que entenda as razões de os movimentos não serem, hoje, coordenados. A universalização do acesso à água e ao esgoto, base de uma boa política de saneamento básico, precisa ser buscada com uma velocidade maior do que a que tem sido percebida nas cidades brasileiras.

Trata-se de um tema que merecia muito mais atenção do que tem recebido no ambiente público brasileiro, considerando-se que os efeitos benéficos se espalhariam por áreas fundamentais do ambiente urbano. Por exemplo, a saúde, já que a pouca cobertura que as cidades do País apresentam, um fato histórico e que não tem necessariamente a ver com este governo ou aquele que o antecedeu, responde, como efeito, por muitos dos problemas que a população enfrenta em seu sofrido dia-a-dia.

O desempenho das cidades cearenses inseridas no levantamento do ITB, que teve os resultados divulgados agora, mostra que ainda há muito por fazer em termos de avanços no saneamento básico estadual. Apenas a propaganda de que temos avançado na área, especialmente em tempos eleitorais, não tem sido capaz de transformar, de verdade, uma realidade que segue ainda muito distante do que se poderia ter como ideal. n

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