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Nordeste tem as 10 cidades mais violentas do Brasil
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Editorial opinião

Nordeste tem as 10 cidades mais violentas do Brasil

Maranguape ocupa o primeiro lugar entre as cidades com mais homicídios

Desde o início de seu mandato, o governador Elmano de Freitas (PT) vem tomando providências para reduzir a criminalidade no Ceará. O objetivo é diminuir o número de homicídios e combater as facções criminosas.

Quanto aos homicídios, obteve-se relativo sucesso, com a redução de 16,6% dos assassinatos no primeiro semestre de 2025. No entanto, o número de mortes por 100 mil habitantes continua alto, bem acima da média nacional.

Contra as facções, apesar das operações que resultaram na prisão de alguns chefes dessas organizações criminosas, não é possível dizer que houve efetividade para impedir a continuidade dos crimes.

O Anuário Brasileiro de Segurança Pública divulgado ontem, com dados de 2024, trouxe péssima notícia para os cearenses. Maranguape é a cidade mais violenta do Brasil, entre os municípios com mais de 100 mil habitantes.

A cidade, na região metropolitana de Fortaleza, fica em primeiro lugar em mortes violentas intencionais (MVI), com 79,9 ocorrências por 100 mil habitantes. O índice é quatro vezes maior que a média nacional, de 20,8. Em números absolutos, o município registrou 87 mortes violentas no ano passado, 11,5% a mais do que em 2023, quando ficou na 8ª posição em MVI.

O que explica a explosão de violência em Maranguape são ações criminosas das facções, que se espalham pelo Brasil, especialmente no Nordeste, região na qual estão as 10 cidades mais violentas do Brasil.

No Ceará, atuam pelo menos quatro facções, duas delas com origem no Estado. Ora aliadas, ora em disputa, essas organizações criminosas promovem uma intensa guerra na disputa por territórios, controle de rotas do tráfico, que não raro resultam em expulsão de moradores de suas casas, assassinatos, execuções pelo "tribunal do crime" e chacinas.

Quanto ao Brasil, houve queda dos homicídios, que somaram 44.127, redução de 5,4% em relação a 2023. No entanto, as mortes causadas por intervenção policial tiveram redução menor, de 2,7%, somando 6.243 mortes. Em alguns estados, houve alta expressiva, como São Paulo, por exemplo, onde o índice subiu 61%.

A violência contra as mulheres atingiu o recorde de feminicídios, com 1.492 mulheres assassinadas por motivo de gênero. As tentativas de feminicídio subiram 19%.

Os dados sobre estupro também são alarmantes: foram 87.545 vítimas em 2024, a maioria crianças e adolescentes do sexo feminino. A cada seis minutos, aconteceu um estupro no Brasil.

O Anuário Brasileiro de Segurança Pública, organizado pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, é um importante instrumento para auxiliar gestores públicos na formulação de propostas para a área. Assim, todos os estados deveriam oferecer dados com qualidade e transparência, de modo a fornecer informações cada vez mais precisas para a informação dos cidadãos e análise de instituições da sociedade civil.

 

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