
O que O POVO pensa sobre os principais assuntos da agenda pública
O que O POVO pensa sobre os principais assuntos da agenda pública
O dia 1º de agosto se aproxima com todos seus efeitos esperados sobre a economia brasileira, diante do começo previsto de vigência das tarifas extras aplicadas pelo governo dos Estados Unidos sobre produtos brasileiros. Coisa de 50%, gerando uma desordem de grande peso nos negócios bilionários entre os dois países e, ressalte-se, numa relação hoje superavitária para os interesses que o governo de Washington representa.
Uma situação crítica no plano nacional e que preocupa o governo e a sociedade do Ceará diante das perdas expressivas que pode representar para setores vitais ao equilíbrio do quadro econômico local. O governador Elmano de Freitas cerca-se de representantes de entidades representativas importantes para ir ao vice-presidente Gerado Alckmin, nesta terça-feira, apresentar um relato da situação, expor medidas em estudo e discutir saídas para a crise que se anuncia.
É certo que o Ceará enfrentará perdas importantes caso as medidas anunciadas pelo presidente Donald Trump realmente entrem em vigor, não havendo sinais de que ele tenha intenção de retroceder quanto à sobretaxação e a data em que pretende começar a aplicá-la. Nossa pauta de exportação para os Estados Unidos envolve, destacadamente, produtos siderúrgicos (aço), pescado, sucos, castanha e pás eólicas. Para se ter uma ideia, 44,9% do que o Estado vendeu para mercados de fora no ano passado tinha como destino o país hoje governado por Trump.
A conversa com Alckmin, que também responde pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, posição que o coloca no papel de negociador brasileiro importante, tem entre seus objetivos nos preparar para o pior. Infelizmente, na prática, inexiste uma conversa acontecendo entre os governos nacionais e o melhor a fazer é discutir alternativas diante da situação que estejam ao alcance das possibilidades, incluindo a parte que cabe ao governo central.
Elmano de Freitas diz ter um plano pronto, em nível estadual, para atender os setores afetados e amenizar os efeitos de medidas tão impactantes. O fato de isso se dar num ambiente de diálogo com as forças empresariais e sem que instâncias políticas atuem com o sentido de atrapalhar permite que se tenha um otimismo controlado quanto à possibilidade de termos uma política estadual de redução de danos.
É um quadro desafiador e que, no plano do que entendemos como ideal, justifica um esforço de união entre todas as nossas forças representativas, esquecendo-se de diferenças outras que eventualmente nos separem no ambiente cotidiano, especialmente quando se tem à vista uma temporada eleitoral. Nesse aspecto pode-se dizer que o cenário é tranquilizador, na medida em que governo e forças empresariais representativas atuam unidas na busca de soluções para um problema que nos afeta a todos. No caso, todos os cearenses. n
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