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Brasil dá o primeiro passo para acabar com a fome
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Editorial opinião

Brasil dá o primeiro passo para acabar com a fome

É uma luta que precisa continuar, como uma política de Estado, até que não reste um único brasileiro vivendo em insegurança alimentar

A Organização de Alimentos e Agricultura das Nações Unidas (FAO-ONU) retirou o Brasil do Mapa da Fome, levando em conta a média trienal, 2022, 2023 e 2024.

O Brasil havia voltado ao Mapa da Fome entre 2019 e 2021, período do governo de Jair Bolsonaro. Retirar o País da lista foi uma das principais promessas de campanha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o que ocorreu agora, conforme atesta o relatório da FAO.

Lula destacou que os dados do próximo triênio serão melhores ainda, pois os cálculos serão feitos apenas com números de seu mandato. No levantamento atual, entraram índices de 2022, "um ano muito ruim", segundo o presidente.

A ONU considera fora do Mapa da Fome quando menos 2,5% da população está em risco de desnutrição grave. Quando as pessoas ficam sem comida ou passam um dia, ou mais, sem comer. Ou seja, ficam sem consumir calorias suficientes para manter uma vida saudável.

O resultado comprova a importância dos programas sociais, especialmente o Bolsa Família, que atende a mais de 50 milhões de pessoas em todo o Brasil. Sem este e outros programas de transferência de renda, essas famílias não teriam como sobreviver com um mínimo de dignidade.

A Agência Gov divulgou que Lula conversou por telefone com o presidente da FAO, Qu Dongyu, informando que ele pretende visitar o Brasil para conhecer a experiência no combate à fome. O modo brasileiro de combater a pobreza tornou-se referência mundial, servindo de modelo para a implementação de programas parecidos em outros países.

Sair do Mapa da Fome é um ponto extremamente positivo, mas é apenas um passo para a erradicação da miséria no País.

Portanto, é preciso olhar para as outras informações contidas na pesquisa da FAO. Os dados demonstram que o país continua a conviver com diferentes níveis de insegurança alimentar grave, caracterizada pela falta crônica de alimentos, que atinge 3,4% da população. Em números absolutos, considerando-se a população do país, são aproximadamente sete milhões de brasileiros em situação alimentar precária, que precisam reduzir a quantidade e a qualidade da comida, excluir refeições ou passar o dia inteiro sem comer. Outros 13,5% sofrem de insegurança alimentar moderada, quando a qualidade ou a quantidade de alimentos é baixa e há incerteza sobre a capacidade de acesso às refeições.

Frente a isso é preciso que a comemoração pela conquista obtida pelo país seja seguida de medidas que avancem ainda mais no sentido de eliminar a fome no Brasil. Esse é apenas o primeiro passo de uma luta que precisa continuar, como uma política de Estado, até que não reste um único brasileiro vivendo em insegurança alimentar.

 

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