
O que O POVO pensa sobre os principais assuntos da agenda pública
O que O POVO pensa sobre os principais assuntos da agenda pública
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, resolveu antecipar o anúncio do tarifaço sobre os produtos brasileiros, que deveria ocorrer no dia 1º de agosto.
Para manter sua fama de “imprevisível”, com a qual ameaça aliados históricos dos Estados Unidos mundo afora, o presidente americano assinou ontem o decreto com taxa de 50% para as mercadorias que os EUA importam do Brasil.
O anúncio causou surpresa a quem esperava uma ação dura de Trump, pois cerca de 700 produtos ficarão isentos da sobretaxa. Entre essas mercadorias isentas estão o suco de laranja, castanha, celulose, petróleo e aviões. Café e carne, dois produtos importantes para o Brasil, não entraram na lista de isenções. Será necessária uma avaliação mais profunda para avaliar o impacto na economia brasileira e cearense.
Também foi adiada para o dia 6/8 a data para entrar em vigor a nova tarifa, o que poderá ensejar a continuidade das negociações. E, nesse período, as mercadorias poderão continuar entrando nos EUA sem a sobretaxa.
Tanto a lista de isenções quanto o adiamento para a tarifa entrar em vigor, podem ser considerados recuos de Trump, muito possivelmente devido a pressões internas, abrindo uma brecha para negociações.
Também no dia de ontem, ao mesmo tempo, houve uma ofensiva americana contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). O governo dos EUA usou a Lei Magnitsky, impondo-lhe sanções financeiras, em clara afronta ao Judiciário e à soberania brasileira. Essa lei foi criada para ser usada contra criminosos e violadores dos direitos humanos, portanto, ilegalmente aplicada contra Moraes.
Nesse redemoinho, o ministro das Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira, reuniu-se em Washington com o secretário de Estado americano, Marco Rubio. Ao fim do encontro, Vieira reafirmou a disposição para o diálogo, mas rechaçou qualquer tipo de interferência na soberania brasileira.
Apesar dos arreganhos, Donald Trump parece deixar algumas brechas para negociação. É um bom sinal para o Brasil que, em vez da prometida bomba atômica, tenha sido disparado um artefato menos destrutivo, mas nem por isso isento de causar grandes danos, principalmente porque manuseado por mãos irresponsáveis, com auxílio da família Bolsonaro,
Portanto, o melhor a fazer agora é agir com calma, porém com firmeza, respeitando o limite traçado pelo chanceler Mauro Vieira.
Lamente-se que alguns políticos brasileiros, como o governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), queiram capitular à chantagem de Trump, propondo usar a anistia ao ex-presidente Jair Bolsonaro, como peça na negociação sobre tarifas, uma violação à soberania brasileira.
Análises. Opiniões. Fatos. Acesse minha página e clique no sino para receber notificações. Acesse minha página e clique no sino para receber notificações.