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Supremo faz defesa firme da democracia brasileira
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Editorial opinião

Supremo faz defesa firme da democracia brasileira

O embate tornou-se assunto de Estado, que demanda uma resposta firme dos três poderes, e não pode haver hesitação nem tibieza em opor-se a um ataque de tamanha magnitude à soberania brasileira

O Supremo Tribunal Federal (STF) fez uma altiva defesa da instituição, da democracia e da soberania brasileiras, na reabertura de seus trabalhos, após o recesso de julho. Depois dos discursos do presidente do STF, Roberto Barroso; do decano da Corte, Gilmar Mendes; e do relator do processo, Alexandre de Moraes, que julga a tentativa de golpe de Estado, fica a certeza de que não haverá o recuo no andamento do processo que julga os participantes da tentativa de golpes de Estado, que visava impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Barroso lembrou do movimento golpista de 8 de janeiro de 2023, afirmando que o STF conseguiu evitar "uma grave erosão democrática" e que a tarefa da Suprema Corte é "impedir retrocessos e proteger a democracia". Mendes abordou o interesse das big techs como um dos motivos do ataque à Corte.

Coube a Alexandre de Moraes fazer o discurso mais veemente. Ele disse que foi usado o "modus operandi" golpista para sobretaxar o Brasil, em referência ao deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que trabalha nos Estados Unidos para que o Brasil sofra sanções.

Moraes chamou de "organização criminosa" e "pseudopatriotas" brasileiros que "se encontram foragidos e escondidos" no exterior. Ele também comparou as ameaças a parentes de ministros do STF a uma "atitude costumeiramente afeita a milicianos do submundo do crime".

Havia mesmo a necessidade de uma resposta que não deixasse nenhuma dúvida sobre a interpretação da mensagem que ela carrega. E a mensagem é: o Brasil é um país soberano, democrático, no qual as instituições funcionam de forma livre e independente.

Nesse aspecto, sente-se falta de uma atitude mais vigorosa do Congresso Nacional. Tanto o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), quanto o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), lançaram apenas notas burocráticas sobre as sanções que os Estados Unidos querem impor ao Brasil.

Alcolumbre escreve: "O Parlamento brasileiro permanece atento e unido na defesa dos interesses nacionais, sempre vigilante na proteção das nossas instituições e da soberania do país".

Hugo Motta fez uma postagem em rede social, cujo trecho principal é este: "Como país soberano não podemos apoiar nenhum tipo de sanção por parte de nações estrangeiras dirigida a membros de qualquer Poder constituído da República".

Mas, até agora, nenhuma iniciativa concreta. E isso depois de o deputado Eduardo Bolsonaro ter ameaçado a ambos com sanções, como as que atingiram o ministro Moraes.

O embate tornou-se assunto de Estado, que demanda resposta firme dos três poderes — e não pode haver hesitação nem tibieza em opor-se a um ataque de tamanha magnitude à soberania brasileira.

 

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