
O que O POVO pensa sobre os principais assuntos da agenda pública
O que O POVO pensa sobre os principais assuntos da agenda pública
Três casos recentes de agressões, de brutalidade inaudita, mostram como é difícil erradicar a violência que atinge as mulheres, com uma constância desesperadora. As atrocidades aconteceram em sequência, em um período de 30 dias, expondo a banalidade da violência de gênero.
Para cada situação que se torna pública, milhares de outros episódios de violência, incluindo feminicídios, aconteceram no mesmo espaço de tempo, sem ganhar destaque, a maioria praticada por namorados, companheiros e maridos.
Em julho deste ano, em Natal, Igor Eduardo Pereira Cabral, ex-jogador de basquete, acuou a sua então namorada dentro de um elevador, desferindo-lhe 61 socos no rosto, causando múltiplas fraturas.
Ainda em julho, também dentro de um elevador do edifício onde moravam, em Brasília, o empresário Cléber Lúcio Borges atacou a companheira, com socos, puxões de cabelo e cotoveladas.
No início deste mês, o fisiculturista e lutador de jiu-jitsu, Pedro Camilo Garcia Castro, esmurrou a namorada no apartamento que eles alugavam em São Paulo. Ele não parou nem mesmo quando ela estava desmaiada, deixando-a com o rosto desfigurado. Os murros foram tão fortes que o agressor quebrou a mão.
O mais assustador é que esses casos — mesmo se fossem isolados, já seriam inaceitáveis — são corriqueiros, conforme mostra qualquer pesquisa sobre violência de gênero.
Além da dor física, os danos psicológicos para essas mulheres, como elas mesmas contam, são imensuráveis, acompanhando-as por toda a vida. "Nunca vou esquecer" é o comum a se ouvir de mulheres que sofrem violência. Insônia, depressão, transtorno, síndrome do pânico, estresse pós-traumático, pensamentos suicidas, entre outras consequências danosas, são relatadas por mulheres agredidas.
Em vista da situação, é de se destacar as iniciativas do Hospital Geral de Fortaleza (HGF), administrado pelo governo do Estado, para o acolhimento de mulheres vítimas de violência, em procedimentos que vão além dos cuidados físicos.
O hospital integra a Rede de Atenção à Saúde das Pessoas em Situação de Violência Sexual e Doméstica (Rede Pontos de Luz), com outros hospitais de referência. E, esta semana, inaugurou a Sala Lilás Clarissa Costa Gomes, nome em homenagem à enfermeira do HGF, de 31 anos, morta a facadas pelo ex-companheiro. O objetivo é garantir o atendimento humanizado, seguro e sigiloso, sendo também um espaço de escuta das mulheres que foram vítimas de violência.
Esse atendimento inicial acolhedor, a escuta sem julgamento, é fundamental para fortalecer as mulheres psicologicamente, reduzindo danos e ajudando-as a interromper o ciclo de violência.
O que O POVO pensa sobre os principais assuntos da agenda pública. Acesse minha página e clique no sino para receber notificações.