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Tarifaço: o País reage; Ceará decreta emergência
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Tarifaço: o País reage; Ceará decreta emergência

Um mês depois da imposição da sobretaxa de 50% para produtos brasileiros vendidos aos Estados Unidos, iniciada em 6 de agosto, o valor de exportação do Brasil caiu para o país norte-americano. No entanto, cresceu para outros países. Em meio ao chamado tarifaço, o valor total das exportações brasileiras aos Estados Unidos caiu 18,5%, em relação a igual período do ano passado. Foram US$ 2,76 bilhões. Desse modo, a participação do país norte-americano na balança de exportações brasileira diminuiu de 11,8% para 9,3%.

Os dados fazem parte do levantamento mensal da balança comercial brasileira, divulgada pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic).

Também de acordo com a pesquisa do Ministério, somando todos os países, o volume de exportações brasileiras evoluiu 9,8% no mês de agosto e atingiu US$ 29,9 bilhões. O saldo da balança comercial - após exportações e importações - foi positivo em US$ 6,1 bilhões, 35,8% melhor do que no igual período de 2024. Ou seja, a diminuição nos embarques para o segundo maior parceiro comercial do Brasil não foi impeditiva para o avanço das exportações totais e um novo salto no saldo da balança brasileira.

Por outro lado, o Governo do Ceará decretou, nesta semana, situação de emergência econômica, devido ao tarifaço imposto pelo presidente norte-americano, Donald Trump. O Ceará é um dos estados brasileiros mais impactados pela imposição, o que tem preocupa diversos setores da economia. O novo decreto estadual permitirá que o Estado acesse recursos do orçamento que são reservados para situações de emergência.

No dia 7 de agosto, um dia após começar a vigorar o tarifaço, o governo estadual havia sancionado uma lei que autorizava o Poder Executivo a tomar uma série de medidas em apoio às empresas. Com o novo decreto, o governo estadual altera um artigo dessa lei e indica de onde virá o dinheiro para arcar com as medidas.

Assim, celebra-se, em parte, o fato de o País aparentemente estar reagindo bem às medidas tomadas contra a imposição da alta sobretaxa cobrada ao Brasil. No entanto, isso não pode (nem deve) gerar qualquer sentimento de acomodação, visto que, como é sabido, empresas cearenses e, consequentemente, empresários e funcionários têm sido bastante afetados pelas tarifas.

Com a perda de competitividade do produto taxado, o importador norte-americano deixa de comprar do Ceará. Assim, as indústrias cearenses deixam de vender para um de seus principais mercados. É louvável que as autoridades cearenses tenham sido ágeis na resposta contra o tarifaço, mas a vigilância tem de ser permanente, com a adoção de medidas que protejam os empregos e a busca de novos mercados a fim de enfrentar a crise com urgência. n

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