
O que O POVO pensa sobre os principais assuntos da agenda pública
O que O POVO pensa sobre os principais assuntos da agenda pública
Este 7 de Setembro, dia em que o Brasil comemora a independência de Portugal, em 1822, acontece pela terceira vez tendo como personagem central o ex-presidente Jair Bolsonaro.
Nas outras duas ocasiões, em 2021 e 2022, ele ainda exercia a presidência da República, com a capacidade de convocar grandes manifestações. Hoje, encontra-se em prisão preventiva domiciliar e só pode receber visitas autorizadas pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
Além disso, até o dia 12 deste mês sairá a sentença que vai absolvê-lo ou condená-lo por tentativa de golpe de Estado, entre outros crimes, que podem lhe custar até 40 anos de reclusão.
Mas os militantes do bolsonarismo estão convocando manifestações para o dia 7 de setembro, tendo como principal tema a anistia aos golpistas do 8 de janeiro.
Não é possível prever qual será o tamanho da manifestação, pois os atos recentes são mais esvaziados, em comparação com as multidões que Bolsonaro conseguia mobilizar quando estava na Presidência. Além disso, a esquerda também se movimenta para levar simpatizantes às ruas, como o mote da soberania nacional.
Portanto, a situação atual é bem diferente da conjuntura anterior, quando bolsonarismo estava em uma ofensiva que parecia irrefreável em sua tentativa de submeter as instituições. Hoje, a principal preocupação da extrema direita é livrar seu principal líder da cadeia.
Na manifestação de 2021, Bolsonaro fez um discurso agressivo, chamando o ministro Alexandre de Moraes de "canalha" e avisando que "nunca" seria preso.
No ano seguinte, véspera da eleição presidencial, Bolsonaro foi além. Em um ato com milhares de pessoas, em Brasília, ameaçou desfechar um golpe. Ele disse que, ou o presidente do STF, na época Luiz Fux, "enquadrava o seu ministro" (Alexandre de Moraes) ou o Supremo sofreria "aquilo que nós não queremos".
Não por acaso, o procurador-geral da República, Paulo Gonet, sustentou em sua apresentação durante o julgamento do "núcleo crucial" do golpe, que Jair Bolsonaro utilizou o 7 de Setembro de 2021 para iniciar a a escalada contra as instituições democráticas.
Quanto a 2022, Gonet destacou que Bolsonaro utilizou o aparato estatal para transformar o Bicentenário da Independência em comício eleitoral. O então presidente, segundo Gonet, ainda reforçou a "narrativa" de fraude eleitoral e continuou a atacar as instituições.
A diferença visível entre o 7 de setembro deste domingo e os anteriores acima citados, é que a democracia saiu fortalecida dessa refrega. E a forma como o Brasil está lidando com o problema, protegendo as instituições e levando os golpistas ao banco dos réus, é mostrado ao mundo como exemplo de maturidade democrática. Um País que sabe proteger a sua soberania contra ataques externos e internos.
A democracia brasileira está fortalecida, mas é preciso manter o estado de alerta, pois os mercadores do autoritarismo não descansam nunca.. n
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